Caeté, África e Laranjituba são três comunidades localizadas a altura do km 68 da Alça Viária. Todas têm em comum o fato de terem sido fundadas por escravos fugidos das senzalas. Fadados à luta, os remanescentes dos quilombos travaram uma árdua batalha para sair do jugo administrativo do município de Moju, ao qual estavam juridicamente ligados, mas de onde, segundo eles, recebiam pouca ou nenhuma assistência. Por outro lado, a relação com Abaetetuba sempre foi mais forte. É para onde todos viajam para vender seus produtos agrícolas, comprar o que precisam, cuidar de seus doentes. Consideravam injusta a condição de meros eleitores mojuenses.
A sorte mudou. Graças a uma revisão nos limites geográficos daquela área, os descendentes dos negros cativos conseguiram tornar-se cidadãos abaetetubenses. Agora, cobram de Abaetetuba a tão sonhada ajuda. No Caeté, sessenta famílias rezam por dias melhores. Pedem proteção à Santíssima Trindade, na igreja construída pelos negros cativos há mais de dois séculos.
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