UMA HISTÓRIA DE AMOR ÀS LETRAS E AOS IDEAIS

Por Naldo Araújo

Naquele distante final de fevereiro de 1905, os leitores de Abaeté ganhavam uma novidade em termos de jornal. Havia algo de diferente. Nada de textos laureando este ou aquele político ou comerciante poderoso, como era a prática recorrente das gazetas daquela época. Este, não. A independência de credos políticos e religiosos confirmava-se à primeira leitura. Os donos de engenho não deviam gostar nem um pouco daqueles discursos de lutas operárias, que já varriam a Europa e chegavam aos mais longínquos rincões da Amazônia. Tudo vindo pelos vapores, trazendo “uma onda de novas idéias e modismos para a região”, conforme observou o naturalista Harry Bates.
Numa dessas viagens, aquele homem cheio de idealismos desembarcava no porto de Abaeté. Passou tanto tempo fora e agora retornava casado. Assim como a esposa, ele também era bastante conhecido nos meios políticos e literários. Decidiu que era hora de continuar sua missão, dessa vez, na sua terra natal. Foi assim que, naquele comecinho de século XX, deu á luz O Progresso. O casal Arthunio Vieira e Emília Freitas sempre tivera as letras como tribuna de discussão e debate de idéias. Ele, integrante de um célebre grupo de intelectuais proletários, que militou no Pará até meados do século passado. Foi tipógrafo, jornalista, poeta, romancista, teatrólogo, ensaísta, ator, pintor, cenógrafo, entre tantos outros predicados. Ela, uma verdadeira mulher de vanguarda. “Uma das principais escritoras de seu tempo’, definiu a maior pesquisadora do assunto, Constância Duarte. Emília era jornalista, educadora, militante da causa abolicionista e de entidades que discutiam a situação da mulher na sociedade. Eis o segredo daquele jornal diferente.
Enquanto a oligarquia rural mantinha os incautos negros numa espécie de semi-escravidão, Arthunio e Emilia lançavam notas comemorando o 13 de maio, data tão cara aos abolicionistas. Enquanto a Igreja católica repelia qualquer acinte à sua autoridade, O Progresso divulgava a doutrina espírita. “Uma vez a tia Anica perguntou a frei Simão. Ele disse que não fosse, que aquilo é cousa do cão”. Enquanto a sociedade patriarcal remexia-se com o simples fato de uma mulher ter seu nome estampado em expediente de jornal, Emília divulgava sua mais conhecida obra: “A rainha do Ignoto”, um verdadeiro manifesto contra a opressão feminina. E os avanços? Em editoriais, a visão de futuro. Por que Abaeté deveria continuar sob a tutela jurídica de Igarapé-Miri? perguntava-se naquela edição de 18 de junho de 1905. Tal situação não deveria sustentar-se já que em um belo dia “uma canoa foi a Belém em horas de viagem, cortando a baia de Marajó, não fazendo rota por Igarapé-Miri. Data d’ahi a nossa maioridade, data d’ahi a nossa vida própria e o nosso progresso”. Muitas foram as solicitações por melhorias, seja implorando por aberturas de estradas, seja pedindo a “constituição de uma empreza que encarregasse de illuminar a cidade por gaz accetylogenio”, substituindo os velhos lampiões.
Arthunio e Emilia deveriam fazer parte de nossos relatos orgulhosos de personagens que fizeram a diferença. Mas mantivemos daquela época o pensamento provinciano. A escritora cearense, precursora do romance psicológico no Brasil, deixou o porto de Abaeté em meados de 1908, para nunca mais voltar. Morreu em Manaus, no dia 18 de agosto daquele mesmo ano. Integra o panteão das escritoras brasileiras que marcaram toda uma geração. Nossa história, em particular, nunca lhe dedicou uma vírgula. O escritor , emoldurado para sempre na história da imprensa do Ceará e de Pernambuco (onde publicou quase vinte periódicos), ainda teria sua presença relatada por aqui três décadas depois, sempre fundando jornais. Nada mais do que isso. Acabou esquecido pelos próprios conterrâneos. Como nos ensina Soren Kierkegaard: “A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente”

OPINIÃO DO LEITOR

O que me impressiona é a falta de responsabilidade que os nossos governantes têm no que diz respeito ao tratamento com o dinheiro público. Acho que a decisão em apurar os "chamados de última hora" a saber se houve ou não negligência do gestor anterior, se há ou não a necessidade em contratar um exército e comprometer a folha de pagamento do município, isso tudo é coerente.No Pará a maioria dos 143 municípios estão enfrentando grandes problemas. Há casos semelhantes ao de Abaetetuba, e sem contar aqueles que negociaram dívidas astronômicas com o INSS (Instituto de Seguridade Social)para parcelar em prestações a perder de vista, isso é dizer que no país a cultura é de exploração, desde muito tempo. E nós, contribuintes, trabalhadores, como ficamos? Alguém tem de pagar por isso.Por isso, eu concordo em afastar quem quer seja, e depois de haver uma comprovação da necessidade, da capacidade, e fundamentalmente da pontualidade de pagamento, se houver caixa.

Alípio Luz
Belém-PA

CUMPRA-SE A LEI

Há dois anos, o Ministério Público Estadual decidiu mover uma ação civil pública obrigando a Prefeitura de Abaetetuba e comerciantes a cumprir a Lei Orgânica do Município. Os comerciantes foram notificados por utilizar as ruas como extensão de seus estabelecimentos. A Prefeitura, por não retirar os autores dessa prática abusiva. No processo de nº 2007.1.000215-2, o juiz Adriano Seduvim definiu: o município teria 15 dias (a contar do dia 19 de abril de 2007) para retirar os comerciantes das calçadas e das ruas. Caso contrário, passaria a ser aplicada multa diária de cinco mil reais. O que aconteceu?
Basta andar pelas nossas vias públicas para ver que tudo está como dantes no quartel de Abrantes. Agora, o novo secretário municipal de obras, Dagoberto Brilhante, que todos conhecem como profissional linha-dura quando o assunto é botar ordem na casa, anuncia que vai botar os pingos nos is. Não era sem tempo. Ninguém, em sã consciência, entende como a maior parte de nossas calçadas é ocupada por toldos, mesas de bar, placas, e por aí vai. O pedestre que se vire. Que ande pelas ruas, estas também miseravelmente dominadas pelo trânsito sem definição.
Onde já se viu uma de nossas principais praças, a de Nossa Senhora da Conceição, com o cenário favelizado por barracas rústicas, sem nenhum padrão, que são armadas no círio e acabam se perpetuando no mesmo lugar?. Viram donos do pedaço. A paróquia de Abaetetuba já solicitou, em ofício enviado à Semob há uma semana, providências. Cumpra-se a lei!

O AUTOR DO OUTDOOR

Não é mais segredo a autoria das mensagens dos outdoors classificando de "Primeira grande obra do governo dos amarelos" o afastamento provisório de 395 convocados em dezembro para a Prefeitura de Abaetetuba. O contratante da peça, cuja publicação acabou num porradal daqueles (ver notas anteriores) foi o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores. A revelação foi feita pelo vereador Vanildo Maciel (Pipico). E de cara com a prefeita!

NOVA ENQUETE

Estamos com nova enquete. Queremos saber sua opinião sobre a decisão da prefeita Francineti Carvalho de anular o decreto do ex-prefeito Luiz Lopes, que resolveu convocar os aprovados em concurso público no final de seu governo. Dê sua opinião. Na nossa primeira enquete perguntamos o que você acha do trânsito em Abaetetuba. 83% responderam que melhorou um pouco, mas que muita coisa ainda deve ser feita. Obrigado pela sua colaboração e bom voto!

COMENTÁRIOS DO LEITOR

A respeito da nota "indignado" (ler abaixo), o leitor Élison Ferreira, fez o seguinte comentário que publico em nossa página principal. Eis o comentário:

"A administração anterior não só não reclamava dos recursos trazidos pelo Senador Nery para Abaetetuba, como se apropriava dos méritos. Como exemplo, posso citar a instalação da Escola Técnica Federal que contou com um grande empenho do Senador e que, de todas as formas, o governo anterior tentava omitir sua participação; A primeira reunião envolvendo o ex-prefeito e seu chefe de gabinete com o governo Ana Júlia, para tratar da recuperação das ruas de nossa cidade, somente ocorreu após intervenção do Senador. A estrutura dos gabinetes do mandato do Senador em Abaetetuba, Belém e Brasília, sempre deixados a disposição de todos os prefeitos do Estado, foi subaproveitada pela administração anterior e ainda assim mais de quatro milhões de reais foram destinados pelo Senador Nery ao município durante a gestão anterior. A nova gestão, percebendo que o Senador José Nery, eleito entre os mais influentes do Congresso Nacional, fundamenta sua prática política, postando o compromisso pelo povo antes de qualquer divergência política ou pessoal, valoriza e enaltece as ações e projetos que o mesmo luta para trazer para nossa cidade. Os antigos 'companheiros' não agiram assim."

INDIGNADO

Senador José Nery não anda nada satisfeito com as insinuações de que ele está passando da medida no apoio à nova prefeita de Abaetetuba. Essa conversa vem desde a campanha eleitoral. Agora, com toda essa celeuma de anulação das contratações de concursados, o assunto volta à baila. Tanto que Nery foi à rádio local desfazer enfaticamnte esses comentários que ele considera "maldosos", de quem "perdeu a eleição por culpa deles mesmos e agora querem achar um bode expiatório para seus próprios erros". Disse que estranha o fato de ninguém ter reclamado quando ele conseguia recursos para Abaetetuba ainda na gestão de Luiz Lopes. E foi além, ao anunciar que continuará "apresentando emendas em favor dos abaetetubenses, seja o prefeito de que partido for". Quanto a uma possível aproximação com o PSDB local, o senador do PSOL foi enfático: "Nossos pontos-de-vista dificilmente serão os mesmos, politicamente falando. E todos sabem disso".

NÃO!

Foi a resposta de Francineti Carvalho aos quatro vereadores da oposição que foram nesta segunda-feira (26) ao gabinete da prefeita de Abaetetuba, acompanhados de dirigentes sindicais, pedir a anulação daquele famoso decreto que afastou os funcionários convocados no apagar das luzes do governo petista de Luiz Lopes. Francineti diz ter tomado a decisão por considerar que o ex-prefeito só fez isso para tumultuar seu governo. A oposição disse, então, que entraria com uma ação no Ministério Público. Aguardem os próximos capítulos.

TROCA DE COMANDO

Major Leitão. Esse é o nome do novo comandante da Polícia Militar em Abaetetuba. Ele deverá assumir o cargo em duas semanas, substituindo o atual comandante Benedito Sabbá, que estava há apenas seis meses no cargo. Foi só a governadora trocar o comando-geral da PM...

BATALHA CAMPAL EM ABAETETUBA

Outdoors com mensagens ironizando a decisão da prefeita Francineti Carvalho de anular as nomeações feitas no apagar das luzes do governo petista, provocaram a ira de simpatizantes do PSDB. A provocação quase acaba em tragédia. Na tarde deste sábado (24), "amarelos" e "vermelhos" resolveram reeditar o clima quente da campanha eleitoral. Enquanto uns tentavam garantir a colocação dos anúncios, outros queriam evitar o que consideravam uma ofensa à nova administração. Não deu outra. A avenida D. Pedro II virou praça de guerra, com direito a agressões físicas, paus e até terçado. O saldo de espancamentos e uma pessoa ferida demonstra que a disputa superou a barreira das diferenças civilizadas. Virou ódio. E como tal, pode piorar.
A avaliação final de quem está com a razão, só a análise jurídica dirá, como bem lembrou o senador José Nery. A prefeita tentou a todo custo, mesmo antes da posse, desfazer o que considerava uma manobra rasteira do então prefeito Luiz Lopes de comprometer até a alma o orçamento municipal. O então prefeito disse dormir o sono dos justos, por acreditar estar dentro de seus direitos legais. Ficou a queda-de-braço.
Aos atuais ocupantes do poder, pede-se serenidade para responder com dignidade o que consideram animosidade barata. Aos opositores, recomenda-se cautela na divulgação de mensagens que tem como único e desnecesário propósito o nada. Há a lei para os que se sentem prejudicados. Fora isso, só resta a leitura de que este é mais um episódio de pirotecnia eleitoreira. Com desfecho sujeito a chuvas e trovoadas.
Façam valer seus salários, senhores políticos! Violência já temos por demais em nossas ruas.

ABAETETUBA NO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Abaetetuba recebendo dezenas de visitantes. São pessoas que estão em Belém para o Fórum Social Mundial e aproveitam para conhecer as cidades vizinhas. É por isso que tem muitos gringos nas nossas ruas, repararam? Na babagem, levam ervas, artesanato de miriti e outras lembracinhas. Viagens pela região das ilhas também fazem parte do roteiro.

NITROGLICERINA PURA

O relatório que está sendo elaborado pela Secretaria Municipal de Educação de Abaetetuba não deve trazer boas notícias para o ex-secretário da pasta. O conteúdo ainda é segredo, mas conteria informações bombásticas. A promessa é de que tudo deve chegar ao conhecimento da população. Xiiii!

VIOLÊNCIA EM PLENA LUZ DO DIA

Vejam como Abaetetuba vai ficando sitiada pela violência urbana. Em uma cena inimaginável até poucos anos atrás, um homem entrou numa loja na rua mais movimentada do centro da cidade. Até aí pouco se sabe o que ocorreu no interior do estabelecimento. O fato é que instantes depois, uma das vendedoras, aparecia na porta gritando por socorro. Ela e a colega, feitas reféns, estavam só de roupas íntimas. Até que alguém percebesse o que estava acontecendo, o bandido saiu calmamente, subiu na garupa da bicicleta de quem, suponha-se, seja um comparsa, e desapareceu. Ressalte-se: em plena luz do dia e na rua mais movimentada de Abaetetuba!!!

TRAGÉDIA NA VOLTA PARA CASA

O Corpo de Rodrigo Nery, de 20 anos, foi encontrado no início da manhã desta sexta-feira (22), no mesmo local onde o rapaz havia desaparecido. Rodrigo retornava de barco para Abaetetuba, onde residia, após participar com amigos da festividade de São Sebastião, na Vila Maiauatá (município de Igarapé Miri), no final da noite de quarta-feira. À altura do rio Furo Grande, por motivos até agora não totalmente esclarecidos, ele acabou caindo no rio. Imediatamente foram iniciadas buscas no local. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas a escuridão e as condições da maré, bastante agitada nesse horário, dificultaram a operação. 36 horas depois, o corpo emergiu no mesmo local. Imediatamente, foi realizado o sepultamento no cemitério público de Abaetetuba. Rodrigo iria completar 21 anos no próximo dia 28. Era funcionário da empresa Servix. Segundo a família de Rodrigo, o Corpo de Bombeiros prestou todo o atendimento necessário para a localização do corpo do rapaz.

A MENINA QUE NÃO VIU A LUZ DO SOL

Dezembro de 2005. Chegava ao fim uma breve existência marcada por um imenso sofrimento. Naquele leito de hospital a adolescente de 14 anos deve ter imaginado que ali encontraria, finalmente, a paz. Três anos antes, esquálida, a menina pobre saia da zona rural de Abaetetuba para receber, em Belém, a notícia de que seu problema tinha um nome: desnutrição. No atendimento psicológico, acabara revelando a angústia que devia lhe ferir fundo na alma. Não se alimentava direito porque não conseguia entender o motivo de ter sido violentada sexualmente. Era apenas uma criança. Passou por uma bateria de exames. O pesadelo estava começando: era portadora do vírus HIV, segundo a avaliação mais imediata possível. Eis o motivo do aspecto cadavérico, concluiram os especialistas. Passou a receber os pesados coquetéis de medicamentos para a doença. O organismo, que sucumbia aos problemas cardíacos, ganhava novos ataques ferozes. Dois anos se passaram. A adolescente pobre não apresentava nenhuma melhora. Nova avaliação médica: ela não tinha, nem nunca tivera o vírus da aids. E tinham se passado dois longos anos de exposição às drogas pesadas da medicação para esse mal.
Antônia Mesquita da Silva. Esse era o nome da adolescente que parecia fadada ao sofrimento. A notícia de que não possuia uma doença altamente letal deveria ter sido festejada. Tarde demais: em um dos muitos dias que passara na ala reservada aos portadores do vírus HIV no Hospital Barreto Barreto, na capital paraense, acabou violentada por um paciente soropositivo. Como pode ter isso acontecido numa instituição onde o estado deveria garantir a integridade de seus internados ? À falta de maiores explicações, seria preferível livrar-se, pelo menos fisicamente, do quiprocó que isso causaria. -Mandem a menina de volta pra casa! -deve ter bradado algum chefe assustado. Sem entender direito o que se passava, a famíla humilde pelo menos poderia, agora, levá-la para o lar. Dois dias depois, Antônia morria.
O emblemático episódio de negação dos direitos humanos do qual a menina paupérrima de Abaetetuba foi protagonista é um péssimo exemplo a ser superado. A sucessão brutal de erros não cabe em cabeças minimamente esclarecidas. Desse inconformismo com aberrações que atingem, principalmente, os que pouco ou nada podem reclamar, surgiu a ideia de se constituir uma entidade que se prestasse a promover cidadania, fazer valer os direitos humanos, lutar para que políticas sociais não sejam sinônimos de apadrinhamento de quem é da "turma". E um processo nesse sentido já foi iniciado.
Na quinta-feira (22), um grupo de pessoas esteve reunido para dar a largada ao projeto de criação de uma associação sem fins lucrativos. Entre os princípios, estão fazer valer os direitos constitucionais do cidadão, independente de sua posição social; garantir que os direitos humanos, na sua concepção de justiça e igualdade, saiam dos papéis burocráticos e dos discursos. A nova ONG vai além: promete lutar por temas pontuais, como a preservação do meio ambiente, valorização e preservação da cultura e muitos propósitos. A constituição legal da entidade virá, logicamente, precedida da escolha de um nome que represente o espírito de doação, compromisso e rspnsabilidade total com os ideias propostos no arremedo de estatuto apresentado. No páreo, uma singela homenagem: Centro Antônia Mesquita. A menina que continua, mesmo post-mortem, vítima dos desenganos sociais. Até hoje, o processo que apura as responsabilidades pela situação a que Antônia foi exposta continua dormitando em alguma gaveta do poder judiciário.

ENQUETE

Nosso blog continua buscando melhorias. A partir de agora, você poderá interagir ainda mais conosco. Participe das nossas enquetes. Dê sua opinião sobre temas relevantes e atuais de nosso município. A pergunta dessa semana está relacionada ao trânsito. Verifique aí embaixo e participe.

A MUDANÇA

Conforme antecipado neste espaço, a Fundação Cultural Abaetetubense está de casa nova. Agora, a FCA está funcionando em um dos anexos do Centro Cultural e Esportivo Hildo Carvalho. Esperemos que na nova morada, os promotores da nossa arte e cultura respirem novos ares. Não há informações se o telhado é de vidro!

O DITO PELO NÃO DITO

A prefeita Francineti Carvalho decidiu: vai revogar 395 nomeações dos últimos três concursos públicos. Ou seja, muitas das pessoas que foram chamadas para o quadro efetivo da Prefeitura de Abaetetuba, pelo ex-prefeito Luiz Lopes no final do seu mandato, vão ter suas portarias anuladas. Francineti já vinha se queixando de que essa teria sido uma manobra para atrapalhar sua administração, pelo fato das convocações terem sido feitas somente nos últimos meses do governo petista. No decreto, publicado nesta segunda-feira (19), a prefeita lança mão do artifício legal de que "a administração pública pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais".
Foram suspensas nomeações feitas de primeiro de julho a 31 de dezembro do ano passado. Ato contínuo, a prefeita disse que quem for afastado não terá prejuízo no recebimento dos salários. Alguns concursados poderão retornar, de acordo com as análises que serão feitas por uma Comissão de Processo Administrativo Disciplinar. É para garantir "o princípio da ampla defesa". A nova chamada obedecerá às reais necessidades do município. "Incharam a prefeitura sem necessidade. A população não pode pagar por isso", declara a prefeita.

ESQUENTANDO OS TAMBORINS

O tempo é curto entre a posse e o carnaval, mas a Fundação Cultural de Abaetetuba promete uma grande festa popular na avenida D. Pedro II, o nosso sambódromo abaeteuara. No dia 8 de fevereiro haverá programação carnavalesca na área de eventos do Centro Cultural e Esportivo Hildo Carvalho, com o objetivo de angariar recursos para as agremiações que participarão do desfile oficial.

UMA HISTÓRIA DE AMOR SEM LIMITES

A Associação Milton Melo de Abaetetuba, que cuida de crianças com necessidades especiais (trabalho parecido com o da APAE), luta para não fechar as portas. A entidade sem fins lucrativos sobrevive com a ajuda de voluntários das mais diversas áreas profissionais. São educadores, profissionais de saúde, serventes que doam parte de seu tempo a essa causa nobre. Sócios-contribuintes ajudam a pagar as contas do fim do mês. Mas as dificuldades são tantas que, desde sua fundação há quatro anos, a Associação vem mudando de endereço. Está no quarto prédio alugado. O reduzido número de voluntários, a escassez de especialistas e o pequeno espaço físico são parte do problema. Faltam equipamentos adequados e as atividades de estimulação sensorial e motora estão se revelando um sucesso graças a um milagre: o amor incondicional dos pais, dos demais familiares e dos voluntários. O progresso de muitas crianças é vísivel.
A fama de entidade séria tem atraído clientela até de outros municípios. Vagas, infelizmente, não há mais. As sessenta famílias atendidas atualmente já extrapolaram todos os limites para um atendimento aceitável. O correto: ampliar os serviços. A solução: seguir pedindo ajuda. Quem quiser conhecer ou até mesmo colaborar com a Associação Milton Melo, eis o endereço: Travessa José Gonçalves Chaves, 967, São Lourenço.

MEMÓRIAS DA IMPRENSA EM ABAETETUBA

DE ACHINCALHES, PROVOCAÇÕES E ATÉ DUELOS NAS PÁGINAS DE JORNAL

Por Naldo Araújo

Que ninguém duvidasse da inimizade figadal entre aqueles dois senhores poderosos. Nem ousasse meter a colher em tal imbróglio. "Eram como cão e gato", definiu o ex-prefeito João Reis, hoje octogenário, mas que se lembra bem daquelas disputas ferrenhas nos idos na década de 20. De um lado, Garibaldi Parente, rico comerciante, dono de metade de Abaeté naqueles tempos. De outro lado, Aristides Reis e Silva, de grande influência política, deputado estadual e também dono de terras. Dinheiro só não bastava. Era preciso ter poder e influência. Foi aí que os "coronéis" resolveram partir para o embate político. Cada um com uma estratégia. Ambos, com a mesma arma: a imprensa.
Garibaldi lançou a ofensiva não com um, mas com vários jornais ao longo de mais de duas décadas: Correio de Abaeté, O Colibri, O Cruzeiro e A Folha do Matto. Aristides contra-atacou com O Commercio, O Município de Abaeté e o Guia do Povo. Garibaldi e Aristides chegaram a ser intendentes (prefeito na época). Nas páginas dos jornais, enquanto o primeiro chamava Arisitides de " bodinho", numa controversa e polêmica alusão ao gosto do "coronel" por meninas novinhas, este retrucava o apelidando de "italiano", lembrando que Garibaldi era gaúcho de nascimento, com ascendência européia. Em uma de suas edições em 1925, O Colibri conta o episódio de um homem que foi ao armazém de um tal coronel e perguntou pelo "seu" Virgilino. O tal ficou furioso com o tratamento informal e exigiu que o outro o chamasse respeitosamente de "coronel". Ao que o assustado perguntador retrucou: "Perdão, coronel, eu só conheço o touro pelos chifres!!!". Aliás, esse tipo de provocação era constante na imprensa daquela época. Houve até um caso de um duelo marcado pelas páginas de jornal. Ao sentir-se injuriado por um artigo escrito por um cidadão abaeteense contra a sua pessoal em um jornal da capital, o prefeito de polícia (delegado), tenente-coronel Eugênio Tavares o desafiou para um "encontro". E disparou: "Se marcar o logar (sic) do encontro e não comparecer à hora aprazada, considero-o um covarde".
Aristides era correligionário político do então todo poderoso Governador Magalhães Barata. Garibaldi, ao contrário, era líder da oposição ao governo em Abaeté. O "italiano" chegou a ser preso pelas tropas de Barata. O caudilho não poupou nem a tipografia, de onde saiam os jornais do oponente. Aristides, então deputado e fiel baratista, não concordou com uma indicação política do governador para as eleições daquele ano de 1934. Essa relação de amor e ódio a Barata acabou, ironicamente, por aproximar os dois rivais. Naquele pleito, Arisitides acaba filiando-se ao partido comandado por Garibaldi. O "bodinho" e o "italiano", vejam só, passariam a defender os mesmos interesses. Ontem como hoje, a conveniência política prevaleceu. Em Abaeté, a história atravessa as décadas e se repete com outros personagens. Aliados políticos, sim. Amigos, não necessariamente

O TRÂNSITO DE ABAETETUBA NA BERLINDA

Agentes de trânsito nas ruas e semáforos deram a Abaetetuba um aspecto de cidade civilizada. Mas o nosso povo parece não se emendar quando o assunto é disciplina nas ruas. O assunto foi discutido no Programa Salada (Rádio Guarany FM) no sábado, 17. Vários ouvintes participaram, mas muitas perguntas ficaram sem resposta, já que o diretor do Departamento Municipal de Trânsito-DEMUTRAN- Marcelo Santos desmarcou sua participação, alegando outros compromissos. Convidado, o advogado Antônio Serrano compareceu e respondeu questionamentos relacionados à área jurídica do trânsito.

DEFICIENTES DE ABAETETUBA VÃO À LUTA

Depois de passar anos abrigada em imóveis alugados, a Associação dos Deficientes de Abaetetuba-ADEMA- finalmente vai ter prédio próprio. Uma equipe voluntária de engenheiros e arquitetos elaborou o projeto-belíssimo, por sinal- da nova sede. Serão 215 m² de área construída em terreno adquirido pela entidade, na rua Philo Nery, bairro de Santa Rosa.
Com a planta na mão, a ADEMA, que conta com quase seiscentos associados, vai em busca de ajuda para conseguir o material de construção. Campanhas nos meios de comunicação e o corpo-a-corpo em órgãos e entidades farão parte da estratégia de arrecadação de donativos. Quando concluída, a sede da Associação será modelo de espaço público apropriado para pessoas portadoras de deficiência, contando, inclusive, com salas para atividades artísticas e culturais. Tudo, claro, obedecendo os critérios de acessibilidade e conforto.

MURAL DA CULTURA

Quem frequenta o Centro Cultural Hildo Carvalho se depara com um mural na parede frontal do ginásio de esportes. A intenção é homenagear figuras consideradas representativas da nossa arte, cultura e desportos. Até aí, tudo bem. O problema é que o artista contratado para fazer as gravuras não foi feliz ao retratar nossos personagens. Se não fosse pelas identificações abaixo de cada desenho duvido que alguém soubesse quem é quem.

AEROCLUBE EM ABAETETUBA

A ONG Aviation Safety, com sede no Rio de Janeiro, elaborou um projeto para a revitalização do aérodromo de Abaetetuba. O município de quase cento e quarenta mil habitantes contava com uma única pista de pouso. O local, que já não tinha condições de receber pousos e decolagens, foi interditado por um motivo prosaico. Vizinho do lixão público, acabou vítima do excesso de detritos jogados no terreno ao lado. A imundície era tanta que acabou transbordando, invadindo o nosso "aeroporto". Como urubus e aeronaves não devem ocupar o mesmo espaço aéreo, a pista foi interditada. E assim tem sido há quatro anos.
O projeto de revitalização prevê investimentos na infraestrutura aeroportuária da região, no rastro das discussões sobre a necessidade de transferência do aeroclube de Belém para um outro município próximo. Abaetetuba seria, pela sua importância no Baixo Tocantins, a melhor opção. Seria. Moleza se nossos políticos perderem essa oportunidade de dar ao nosso município a chance de ser rota de tráfego aéreo, com todos os benefícios que tal condição nos proporcionaria.

NOTÍCIAS JURÍDICAS

O CAÓTICO TRÂNSITO DE ABAETETUBA
Por Antônio Serrano

É importante alertar que os equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros, para as bicicletas, são necessários a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.
E, ainda é proibido ao pedestre permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for permitido; cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde exista permissão; atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalização para esse fim; utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos especiais e com a devida licença da autoridade competente; andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrânea; desobedecer à sinalização de trânsito específica.
Importante, aquele pedestre que desrespeitar a lei, comete infração leve, com penalidade de multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor da infração de natureza leve.
Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma agressiva: também comete infração média, com penalidade de multa e medida administrativa com a remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa.
E, por final, o que todos já sabem, conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue (qualquer quantidade em decigramas), ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência, comete infração com penas de detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Todos nós temos a responsabilidade de ajudar e exigir dos Órgãos responsáveis a urgente melhoria do caótico transito de Abaetetuba. Vamos lá???
ANTONIO OLIVIO R. SERRANO - é advogado.

QUEREMOS SER ABAETETUBENSES

Caeté, África e Laranjituba são três comunidades localizadas a altura do km 68 da Alça Viária. Todas têm em comum o fato de terem sido fundadas por escravos fugidos das senzalas. Fadados à luta, os remanescentes dos quilombos travaram uma árdua batalha para sair do jugo administrativo do município de Moju, ao qual estavam juridicamente ligados, mas de onde, segundo eles, recebiam pouca ou nenhuma assistência. Por outro lado, a relação com Abaetetuba sempre foi mais forte. É para onde todos viajam para vender seus produtos agrícolas, comprar o que precisam, cuidar de seus doentes. Consideravam injusta a condição de meros eleitores mojuenses.
A sorte mudou. Graças a uma revisão nos limites geográficos daquela área, os descendentes dos negros cativos conseguiram tornar-se cidadãos abaetetubenses. Agora, cobram de Abaetetuba a tão sonhada ajuda. No Caeté, sessenta famílias rezam por dias melhores. Pedem proteção à Santíssima Trindade, na igreja construída pelos negros cativos há mais de dois séculos.

FUNDAÇÃO CULTURAL MUDA DE CASA

A Fundação Cultural Abaetetubense funcionará, dentro de mais alguns dias, em um dos anexos do Centro Cultural e Esportivo Hildo Carvalho. Esperemos que, com novos ares, a FCA também consiga desenvolver uma política cultural que leve em conta nossa vocação natural para a arte e o folclore. Será preciso inteligência para não confundir arte local com produção de mau-gosto. Ser abaetetubense não deveria ser garantia para ocupar nossos palcos e nossos eventos. Talento e boa aceitação pelo público, sim.

A FILA ANDA

Conte comigo. Já tenho dois seguidores (viu aí do lado?) E você, vem ou não vem. É super fácil!

VALE A PENA

Nesta selva urbana cada vez mais movida por interesses imediatistas do "ganhar sempre", fica o questionamento: manter um blog, por quê? Não há o ganho palpável, não terei grana a mais ou a menos. Terei algo muito melhor. Muito mais importante. É aqui que me sinto jornalista, escritor, criador de idéias e, de alguma forma, útil para minha gente. Fico entusiasmado quando, por exemplo, há os que comentam o que escrevo, compartilhando ou discordando. Não importa o teor. Importa o debate, a troca de ideias, a fermentação do discurso de todos os matizes. A conciliação gratificante de opiniões e o embate saudável das análises conflitantes.
Veja o que diz Pedro Maués, comentando o texto "O senhor de escravos e a santa negra", publicado originalmente no blog jaime.brasil.blog.uol.com.br (e que pode ser lido aqui também):

Mais um belo trabalho do Naldo...Aqui, na verdade, além do caráter investigativo e histórico, há que se destacar a fusão entre realidade e misticismo, culto pagão e veneração, marcas do traço alinhavado em preto e branco do autor traduzindo realisticamente a crença de um povo no respeito e veneração às coisas do além...Parabéns...

Partindo de alguém como o advogado, escritor, radialista e intelectual Pedro Maués, isso significa que já ganhei meu salário do mês. Pago pelo blog.

CASA DAS ESTUDANTES

As inquilinas da Casa das Estudantes de Abaetetuba em Belém tentam conseguir junto à Prefeitura a renovação do contrato do imóvel. A prefeita diz que topa renovar por seis meses até encontrar um local mais em conta para os cofres públicos. A dona do prédio (localizado na Av. Governador José Malcher, bairro de Nazaré) está cobrando pouco mais de três mil reais de aluguel por mês. As 27 moradoras dizem que só escolheram o endereço no centro de Belém por temerem a violência do bairro do Jurunas, onde viviam anteriormente. Quanto ao fato da atual casa ter piscina, as meninas dizem que ali funcionava uma clínica de reabilitação e que não utilizam a área, por dedicar a maior parte do tempo aos estudos, só retornando à noite.

ABAETETUBA SEDIA ENCONTRO DE ODONTOLOGIA

De 19 a 21 de fevereiro Abaetetuba sediará o I Encontro de Odontologia do Baixo Tocantins. A iniciativa do Conselho Regional de Odontologia deverá reunir aproximadamente 130 profissionais, entre odontólogos e auxiliares de consultórios dentários. Com isso, o CRO pretende descentralizar suas ações, levando novos conhecimentos a quem atua no interior do estado.

NOVIDADES NO BLOG

A partir de agora, o nosso blog passa a contar com a colaboração do Dr. Antônio Serrano, um dos mais conceituados advogados de Abaetetuba. Mais uma fonte de consulta para vocês, caros leitores, e uma honra para o nosso cantinho aqui.

NOTÍCIAS JURÍDICAS

Por Antônio Serrano


Conforme determinado em Lei no. 11.635/2007, fica instituído o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, a ser comemorado anualmente em todo o território nacional no dia 21 de janeiro de cada ano.

A data ficou incluída no Calendário Cívico da União para efeitos de comemoração oficial.
Vamos refletir e comemorar essa importante data.

O autor é advogado especialista em direito e processo do trabalho

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PROCON EM ABAETETUBA

Em linha direta o advogado Antônio Serrano informa que a seção local da Ordem dos Advogados do Brasil pretende lutar pela instalação de uma unidade do Procon em Abaetetuba. O primeiro passo será reunir com a Câmara Municipal, já que a iniciativa depende da criação de um dispositivo na legislação municipal para tal. A via-crúcis que consumidores lesados têm de percorrer para fazer valer seus direitos parece que agora vai ser encurtada. Ponto para os autores da ideia.

NERY VAI ENTRAR NUMA FRIA

Calma, gente. É que o senador José Nery (PSOL-Pa) integra uma comitiva de quinze parlamentares brasileiros que visitará a Antártida esta semana. A visita oficial à Estação Brasilera Comandante Ferraz começa nesta quinta-feira (15). Durante três dias, o grupo de senadores conhecerá os trabalhos de pesquisa da base brasileira, com destaque para os estudos sobre variações climáticas no mundo. O convite partiu do comando da Marinha brasileira e tem como objetivo angariar apoio para a obtenção de recursos para os projetos desenvolvidos no continente gelado.

TÁBUA DE PIRULITO

A rodovia PA 409 tem apenas 22 km, liga um dos mais importantes municípios paraenses (Abaetetuba) a um dos mais conhecidos destinos turísticos do estado (Praia de Beja). Deveria, portanto, receber todos os cuidados, certo? Pois é justamente o contrário. A estrada de Beja mais parece uma tábua de pirulito. Os buracos desencorajam qualquer um a trafegar por ali. Os primeiros cinco quilômetros estão um horror! Depois, é curtir a viagem em trechos menos acidentados, porém com uma cratera ali, outra acolá. E as pontes de madeira? Além de obsoletas para uma rodovia com tráfego intenso, não recebem manutenção adequada. Ninguém ainda entrou na luta prá valer por uma ponte de concreto decente. E olha que a ligação sobre os rios não tem dois metros de extensão. Abaetetuba, cidade turística?

NO MATO SEM CACHORRO

A nova prefeita de Abaetetuba Francineti Carvalho anda tendo até pesadelos com o lixo da cidade. Foi o que ela revelou durante recente plenária para discutir que destino dar ao lixo coletado no município. Igarapé-Miri bem que foi camarada de início mas, com toda razão, não tinha como prosseguir sendo o destinatário dos dejetos produzidos pelos abaetetubenses.
Agora, é Barcarena quem faz a caridade. Enquanto isso, a Prefeitura de Abaetetuba adquire um terreno para a implantação de um aterro sanitário digno desse nome.
O lixão, que já era uma vergonha, chegou a uma situação insustentável. Montanhas de entulhos e outras imundícies passaram a invadir a pista de pouso (de onde mantinha uma imprudente aproximação) e, literalmente, transbordaram, chegando ao cúmulo de marcar presença na beira da Rodovia Dr. João Miranda, a principal via de acesso ao município. O Minsitério Público não quis nem saber: ou o município dava seu jeito (só não podia jogar o lixo coletado noa ntigo local) ou a prefeitura passaria a pagar multa diária de cinco mil reais. 2008 terminou com sujeira por toda parte. O povo não merecia.

ABSURDOS

O novo secretário municipal de saúde de Abaetetuba, Paulo Roberto Beltrão, revela estar tendo a maior dor-de-cabeça neste início de governo. É que muitos documentos da Sesmab teriam desaparecido no apagar das luzes da antiga administração. Até HDs dos computadores viraram pó. Pior: constatou que, no hospital de Santa Rosa, onde falta até esparadrapo, havia dezesseis, eu disse dezesseis chefes de setor. Tinha até um tal de coordenador de oxigênio. Sabe para que ele servia? Nem eu.

PRÉVIAS NO PSDB

Leio que o PSDB está decidindo pelas prévias para escolher seu candidato à presidência da República em 2010. O governador Aécio Neves e o governador de São Paulo José Serra percorrerão o país em busca de apoios. Será que os tucanos têm vocação para a autodestruição? Na última eleição, o nome mais aceito em pesquisas era o de Serra e quem foi o candidato? Geraldo Alckmin. Deu no que deu. Projeções iniciais apontam que, agora, o nome mais forte da legenda é o de Serra, com 46% de aprovação pelos eleitores consultados pelo ibope sobre as próximas eleições. Aécio, ao contrário, ainda patina, sendo pouco conhecido em nível nacional. Lula e Dilma Roussef agradecem!.

VAMOS FAZER ESTE BLOG JUNTOS?

Caros amigos, tão ou mais importante do que ler este blog é comentá-lo. O nosso maior prazer será constatar que estamos sendo observados. Comentem diretamente no blog ou, se preferirem, mandem textos para pro-midia@hotmail.com.

RUAS DE FOGO

RUAS DE FOGO

Alguém ligado ao trânsito, ou até mesmo a Polícia Militar, deveria dar uma olhada na "molecada" que anda fazendo acrobacias em motos na avenida D. Pedro II, a principal da cidade de Abaetetuba. Os rapazes começam o "show" de exibicionismo por volta de dez da noite, principalmente aos fins-de-semana, sem ser incomodados. Pior: além da alta velocidade, eles trafegam na contramão, pondo em risco a vida de transeuntes e até outros condutores de veículos. Alô, autoridades!

LULA E A AZIA

LULA E AZIA

O presidente Lula continua com suas infelizes declarações. Depois de tentar expulsar Larry Rotter, do New York Times (virou até tema de livro-"Deu no New York Times") , por este ter revelado ao mundo a queda do governante brasileiro pelo álcool (não o combustível, diga-se de passagem) Lula agoa declara que sente azia pela leitura dos jornais e revistas. Sei, não. O nosso presidente bem que poderia começar a pensar em tomar remédios para essa aversão pela cultura. Vicentinho foi metalúrgico, hoje é advogado, num primeiro e claro exemplo de que ser oriundo das classes trabalhadoras não significa imiscuir-se de buscar galgar, com dignidade, degraus sociais.

O PANORAMA ESTÁ DE VOLTA

Oi, pessoal. Se existe uma coisa que me garante uma paixão ainda maior a que eu sinto pela vida é o jornalismo. É por isso que estou exultante ao lhes comunicar que o Panorama está de volta. Para quem não conhece, esse foi um programa de variedades (notícia, cultura, assuntos diversos) de grande sucesso na tv abaetetubense criado no início da década de 90. A idéia de reeditá-lo, agora, surgiu de uma conversa entre mim e o Bill Fernandes, parceiro dos primóridos dessa que foi uma das primeiras atrações da televisão local.
A necessidade de se fazer um jornalismo com qualidade e responsabilidade foi que nos moveu no sentido de fazer do Panorama a mitológica Fênix, ao ressurgir das cinzas. Sim, porque a existência do programa não foi só de êxitos. Apesar da excelente audiência, padecíamos da condição de produção independente, sujeitos às mudanças de humor do quadro econômico e político. Agora, os tempos são outros.
Retornaremos com uma estrutura mais profissional, com equipes próprias para cada função, desde a elaboração da pauta até o contato comercial. Não haverá espaço para amadorismos. Agora, é esperar para ver se estou mesmo com a razão por tanto entusiasmo. Dia 7 de fevereiro estaremos no ar pela TV Miriti canal 9 (RedeTV!). Confesso que, apesar de experiente, já estou com um friozinho na barriga.

O SENHOR DE ESCRAVOS E A SANTA NEGRA

MEMÓRIAS DA IMPRENSA EM ABAETETUBA
O SENHOR DE ESCRAVOS E A SANTA NEGRA
Por Naldo Araújo

O poder em vida não é garantia de um reconhecimento imorredouro. Essa é a sensação que tenho todas as vezes que entro no cemitério público de Abaetetuba e vejo aquele túmulo logo na entrada do campo santo. Impossível ignorá-lo, pela simbologia da fé. Ali está uma mulher que o tempo transformou em santa popular. Mais alguns passos e, quase em frente à capela nos deparamos com o mausoléu imponente de quem um dia teve dinheiro, muito dinheiro, e, por extensão, poder, muito poder. Ela, Ana Cristina. Ele, Coronel Caripuna. Falaremos, ainda, de um terceiro personagem.
15 de agosto de 1884. A pequena vila de Abaeté comemorava mais um aniversário da adesão do Pará à independência. Foi nessa data bastante festejada naquela época que a localidade ganhava seu primeiro jornal. O Abaeteense trazia no seu primeiro número um retrato da vila para a posteridade:
(Abaeté) hoje possue apenas as ruas do coronel Caripuna e Siqueira Mendes, travessas do Tenente-Coronel Costa, da Conceição e mais três travessas com poucas casas, a praça 25 de março e o largo do Espírito santo, sendo a mais bella rua a de Siqueira Mendes, edificada recentemente e que possue bons prédios e que é espaçosa e direita
O dono do jornal era o poderoso Coronel Antônio Francisco Corrêa Caripuna. Era ele que mandava e desmandava. Rico dono de terras, Caripuna mantinha engenhos para a produção de cachaça, numa época em que a cultura canavieira era movida pelos braços dos escravos. O Abaeteense era mais uma forma dele reafirmar esse poderio econômico e político. Tão poderoso que a morte dele, em 1887, levou a nata da sociedade abaeteense às ruas. O túmulo seria todo de mármore importado da Europa. O mais belo dos jazigos já construídos por estas bandas.
O Abaeteense passaria a ter outro dono. Claro, outro senhor poderoso. O dono de engenho Manoel João Pinheiro aparentemente pouco se importava com a situação do negro cativo. O periódico comandado por ele constantemente publicava notas oferecendo recompensa a quem desse notícias de negros fugidos das senzalas. O próprio primo havia sido vítima do roubo de uma montaria. “O ladrão, sem dúvida, foi o escravo Joaquim”, sentenciava o jornal. E completava: “É fácil de conhecê-lo: tem de menor o dedo de um pé e a metade de um da mão”.
A vida pregaria uma peça no senhor escravocrata. Um belo dia, Manuel João Pinheiro percorria o rio Moju, quando conheceu uma escrava por quem sentiu forte atração. A negra não foi somente comprada. Acabou sendo desposada pelo novo proprietário, com o qual tivera sete filhos. Reza a lenda que, de tão bondosa, a escrava chamada Ana Cristina deixou profunda dor aos abaeteenses quando morreu. Da saudade para a devoção foi um pulo. Acabou virando santa popular.
O jazigo do poderoso Caripuna resiste ao tempo. Não deixou de receber deferências, mesmo que por vias tortuosas. Todos os anos, aparecem por lá centenas de fitas coloridas, mas é só pela pura ignorância de quem julga ser ali um monumento a um anjo, pelo fato do mausoléu ter sido ornamentado durante mais de cento e vinte anos por uma figura angelical. O capitão da Guarda Nacional do Império Manuel João Pinheiro desapareceu por completo. Não há registros sobre a data de sua morte. Nem o local onde seu corpo está sepultado. Ainda hoje, o túmulo da ex-escrava Ana Cristina é um dos mais visitados. São milhares de velas acesas, circundadas por centenas de pedidos e agradecimentos por graças alcançadas. Sem contar as inúmeras bonecas deixadas durante o ano todo. Como não há história totalmente perfeita há, sim, os que veneram Ana Cristina pensando tratar-se de uma criança.