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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ATÉ QUANDO?

A empregada doméstica Maria Rodrigues ainda tenta suportar a maior dor de uma mãe. O filho dela, o mototaxista Francisco, saiu para trabalhar na noite desta quarta-feira. Estava em um dos pontos, no centro de Abaetetuba. Com ele, estavam mais dois colegas à espera de clientes. Um rapaz, conhecido como Silas, chegou e pediu para que fosse levado em casa, no bairro de Santa Clara, na periferia da cidade. Queria fazer a corrida com um dos mototaxistas, em especial. O escolhido recusou. O rapaz insistiu. Aí, Francisco se ofereceu. Mesmo contrariado, o cliente foi com ele. Francisco não sabia, mas estava fazendo a sua última viagem.
Nem bem o passageiro foi deixado, Francisco era aborado, em uma das ruas escuras no local conhecido como Invasão da Ultralar, por dois homens que estavam em uma bicicleta. Um deles desceu e atirou cinco vezes no mototaxista. Nada foi levado da vítima. Isso é tudo o que a polícia sabe até o momento.
Hoje pela manhã, mototaxistas foram ao encontro de D. Maria. Ela ainda aguarda a chegada do corpo do filho assassinado, que havia sido levado para necrópsia em Belém. Francisco tinha 25 anos, era casado e pai de um menino de 9 anos. Em meio à dor, a mãe da mais nova vítima da violência urbana ainda foi capaz de dar conforto aos colegas de trabalho do filho: "Quero que vocês continuem voltando vivos para suas famílias, suas esposas, seus filhos. Meu filho não teve essa sorte".

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