Círio de Nazaré chegando e os artesãos de miriti de Abaetetuba aceleram a produção do brinquedo que é um dos símbolos da maior festa religiosa dos paraenses. Quer dizer, quase todos os artesãos. Um deles, o Valdeli Costa Alves, apesar de ser um dos principais expoentes dessa arte, vai na contra-mão desse frenesi que se instala todo mês de outubro em todas as casas onde se produz essa arte popular.
É o que mais produz brinquedos de miriti no município. E é um dos que menos leva peças para a capital nessa época do ano.Isso acontece porque Valdeli é o único que tem mercado o ano todo. As obras dele são comercializadas em vários pontos do Brasil e até do exterior. O interesse pelos brinquedos populares e objetos utilitários feitos de miriti é tanto, que o artesão abaetetubense fundou há sete anos uma ONG, a Miritong, que é responsável pela comercialização da produção que atualmente alcança, em média, trinta mil peças por ano. É tanta encomenda, que ele acabou sem tempo para produzir para o círio. Apesar de não ser mais o foco principal de sua produção, ele não abre mão de participar, junto com outros colegas abaetetubenses, da Feira do Artesanato de Miriti em Belém. Só que hoje ele faz isso mais por tradição. "Pelo amor à santinha", conta um emocionado Valdeli.
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