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sexta-feira, 23 de abril de 2010

ISTO É HISTÓRIA

Um município se constroi a partir de seu povo. Por isso, decidi, a partir de agora, dedicar espaços deste blog a pessoas que fizeram a história de Abaetetuba acontecer. Com esse propósito, inauguro a seção "Isto é história". Boa leitura.

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VICENTE MAUÉS



Naldo Araújo



O nome é familiar a todos nós, abaetetubenses. Afinal, foi assim denominada uma das mais tradicionais escolas públicas do município. Uma forma de homenagear um dos mais ilustres filhos desta terra: Vicente Maués. Uma história de vida que começou no ocaso do século XIX.

Naquela época, a Amazônia vivia o período áureo do ciclo da borracha. Como nos retrataria o pesquisador Manuel Barata, em relação à exportação do látex: "Nunca viu o Pará tanta moeda de ouro em circulação. O dollar americano andava de mão em mão". Localidades onde se dava esse tipo de extrativismo ou as que se localizavam próximas aos centros exportadores cresciam e se emancipavam politicamente. Era o caso da Freguezia de Abaeté. Antes de servir de entreposto da borracha, contudo, a povoação já abrigava uma classe social abastada, composta por donos de engenho, onde se produzia açúcar, mel e aguardente. Concentradas na região das ilhas, as imensas plantações de cana-de-açúcar eram mantidas pelos escravos.

Uma dessas propriedades era o engenho São José, às margens do rio Tucumanduba. Foi lá que, no dia 22 de janeiro de 1879, o coronel José Honório Roberto Maués e Dona Emiliana Maria da Conceição receberam congratulações pelo nascimento do filho, a quem batizaram de Vicente. Como todos os barões da cachaça, o coronel tratou logo da educação do menino. Assim, Vicente fez os estudos primários no colégio do cônego Gerônimo de Oliveira, em Belém, passando, em seguida, para o Liceu Paraense, onde concluiu o curso secundário. Mas o jovem vindo do interior queria mais. Esgotadas todas as perspectivas de estudos em terras paraenses, transferiu-se para Recife. Lá, realizaria o sonho de sua vida. Estudaria na Escola de Engenharia de Pernambuco. Persistente, o homem que saiu das ilhas de Abaeté colaria grau como engenheiro civil, no dia 27 de março de 1903.

Vicente Maués retornou ao Pará logo depois de sua formatura, para desempenhar funções importantes no governo estadual. Foi nomeado, interinamente, engenheiro da Secretaria de Obras Públicas, Terras e Viação, sendo efetivado no cargo três anos mais tarde. Em 1928, por determinação do governador Dionísio Bentes, alcançou o posto de engenheiro-chefe da 3ª seção daquela secretaria de estado. Foi, ainda, engenheiro-chefe da 4ª Divisão da Estrada de Ferro de Bragança.

No dia 22 de janeiro de 1905, casou-se com a professora normalista Francisca Marques Maués, com quem teve onze filhos, que lhe deram dez netos. No dia 7 de agosto de 1939, familiares e amigos acorreram à casa de número 389, na travessa D. Romualdo de Seixas, em Belém. Ali, onde vivia com a família, o doutor Vicente Antônio Maués encerrava uma trajetória de vida que começou no rio Tucumanduba e acabou entrando para a história.




Foto: jornal Município de Abaeté, nº 5 - janeiro a março de 1941.

2 comentários:

  1. Legal, gostei! Seria bom também "matar" outras curiosidades: por que o bairro "Angêlica" possui esse nome?, e o bairro "Campo", onde precisamente ficava o antigo campo de pouso? quais tipos de aviões ali pousavam e levantavam vôo? Onde se localizava as vilas "Sarará e Saracura"? É verdade que antigamente na Rua Lauro Sodre, no perímetro compreendido entre as rua D. Pedro I e José Gonçalves Chaves haviam vilas de kitnetes("quartos" como se chamavam antigamente) exclusivamente para garotas de programas? Quem foi "Santinho Frio"? Qual são as histórias das aparelhagens "Bensom, O liberal e Fántastico Bailar" que animaram muitas festas em espaços dançantes que não existem mais, e por falar em espaço dançante o "Tietê" também tem sua história para contar, pois é muito difícil encontrar uma pessoa que nunca tenha entrado naquela sede, mesmo que não tenha ido para participar de uma festa, mas de outros eventos realizados naquele local! Já notaram que o nosso município é um grande produtor de "pão de tapioca" e que o "biju chica" esta sumindo e não se encontra mais vendedor de "raspadinha" e de "roletim"(pra quem não sabem cana descascada cortada em cubos e vendidas em sacoas plásticas)
    Obrigado Naldo pelo espaço e continue a contar a nossa história!!!

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  2. Naldo visite o blog do professor Ademir, encontrei por lá várias informações importantes da história da nossa cidade:http://ademirhelenorocha.blogspot.com/

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