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segunda-feira, 5 de abril de 2010

TANTO BARULHO PRA QUÊ?


Pobres moradores das barracas na praia de Beja. Em plena Semana Santa tiveram de suportar bem mais que três horas de agonia. Eles, que passam o dia todo trabalhando e deviam ter a noite para descansar! Deviam. Os visitantes ocasionais, esses só queriam aproveitar a paisagem noturma na orla recém-construída e semi-destruída, para apreciar o silêncio da noite e o som da maré. Queriam!!!

De repente, um deles se aproxima... depois mais outro...e mais outro... Logo, a praia está infestada de um tum, Tum, Tum infernal que vem das parafernálias instaladas nos porta-malas dos carros de quem deve ter passado o dia dormindo, só acordando porque a fome apertou, sabe como é, né! Estão bem descansados. Estão bem alimentados. Terão energia suficiente para varar a madrugada bebendo todas, ouvindo o que consideram música e estraçalhando os tímpanos... os próprios e os dos outros. Hoje tô solteira, hoje tô solteira.

Os defensores dessa turba dirão que são jovens, e que estão na praia (e a praia é pública) e, por fim, os incomodados que se retirem.

E os incomodados se retiram, mesmo. Acabam sempre obrigados a bater em retirada. Não querem ouvir o que lhes é imposto. Além do mais, é impossível dialogar com as pedras. Tum, tum, tum. O batidão continuou madrugada adentro. Um, com o som altíssimo de um lado. Outro, com o som mais alto ainda lá adiante. E mais um terceiro, tentando ser mais anormal que os outros dois. É pancadão pra todo lado. Tum, Tum, Tum infernal. A disputa é para ver quem tem o som mais potente. Não importa se já tem alguém dando uma de Dj. Não importa se o ritmo é o mesmo. A disputa é para ver quem chega à surdez mais precocemente. Ela tá bêba, doida, ela tá bêba doida. Amanheceu. Hora de voltar para casa. O café deve estar pronto. Para os demais mortais, aqueles que não têm opção, é hora de recomeçar o batente. A noite insone não foi a pior das coisas. A criancinha de poucos meses, na casa ao lado, é que chorou quase a noite inteira, atormentada pela aparelhagens ambulantes. Dia desses, uma mulher, que passava uns dias na praia e teve o sono tranquilo interrompido pela algazarra, armou-se com uma cadeira de bar, dessas de ferro, e foi à luta. Peitou um, peitou outro e sentenciou: "ou acaba com essa .... ou vou começar a quebrar tudo". Voltou para casa e passou a noite sonhando com os anjos.

Tum, Tum, Tum. Não é de hoje que a "galera" transforma a praia de Beja em point de fim de festa. O abuso é recorrente. Sem ninguém para medir-lhes os decibeis. Alguém sugeriu uma denúncia às autoridades competentes. "Já fizemos isso, doutor. Deu em nada, não", foi a resposta lacônica. A esperança era que fosse respeitada ao menos a Sexta-feira Santa. "Como, doutor, se esse pessoal, quando bebe, vira o 'cavalo do Cão'?


12 comentários:

  1. Naldo pior que o barulho foi a coleta de lixo, a falta de iluminação pública e pricipalmete a falta de transporte para o retorno dos banistas(cianças e senhoras não conseguiam entrar), fique decepicionado com a desorganização, queria q o seu conceituado blog, olhasse por aquele povo humilde e enganado.
    Valdeci Leal

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  2. Tá tudo errado, primeiro que sequer deveria existir "morador" na praia,haja vista que todos são invasores e cometem, permanentemente, crime ambiental e depois, a fiscalização no trânsito deveria existir na ida para o feriadão para garantir a segurança das pessoas, e não como ocorreu,na volta, em forma de "pegadinha", no domingo à tarde, com clara conotação arrecadatória. Uma irresponsabilidade, uma vergonha!

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  3. Esse Governo é um desgoverno, que vergonha! Onde está o bom senso, o senso comum, o senso? Niguem tá nem aí pra nada, ou quase nada, se que me entender (...)!

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  4. É triste vê que a praia de Beja teve a chance de ter uma orla estruturada que seria um importante atrativo turístico para o nosso município, (consideração do leitor necessita de comprovação legal), o calçadão está todo destruído, o parapeito que deveria ser de estrutura tubular de ferro, foi construído de madeira, alô ministério publico!!!
    Mais um processo para o ex-prefeito Luis Lopes.

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  5. Rubí!!!!!!!!!!! eu quero dormir!!!!!!!! nossa cidade é o cúmulo do descaso e não existe autoridade nenhuma à quem apelar. É só discurso e demagogia nas reuniôes que falam sobre o assunto poluição sonora. Por onde anda o Rai Cardoso? Cadê o pessoal do Meio Ambiente? Polícia Civil, Polícia Militar, DPA, Juízes? A sociedade está triste, enojada e vulnerável diante de tal absurdo. Todo o mundo chega aqui, faz o que bem entende e ainda sai se divertindo, tirando sarro com a nossa comunidade. Minha solidariedade à quem não conseguiu dormir direito na noite de sábado para domingo, tudo por conta do barulho ensurdecedor de extremo mau gosto oriundo de um evento realizado no estádio local. Vou parar por aqui para assistir um filme de faroeste que se chama; CIDADE SEM LEI.

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  6. O Miritifest é assim... sempre cria sequelas, ressentimentos e frustrações entre aquelas pessoas que realmente trabalharam e não tiveram o menor reconhecimento. Em terra de cégo quem tem um olho é Rei. O trabalho é dirigido aos abnegados e o mérito lamentavelmente vai para os picaretas e espertalhões que contribuíram com quase nada.

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  7. VC deveria olhar o projeto da orla e verificar o que foi repassado de dinheiro, esquece o Luiz Lopes, olha pra frente.....

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  8. Caro leitor anônimo. Quem disse que eu citei em algum momento aqui o Luiz Lopes. Pessoalmente, o respeito muito. Politicamente, ele sempre me respeitou. Não esquecerei o Luiz, não. assim como não esquecerei todos os prefeitos com os quais trabalhei, na qualidade de jornalista concursado. De cada um, tenho uma lembrança, para o bem ou para o mal. Mas isso cabe só a mim julgar.Foi você quem citou o nome do ex-prefeito. Quanto a olhar para frente, deixo-lhe a lição de Soren Kierkegaard: "A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente".

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  9. Naldo voce fez um eloquente comentário sobre o barulho na Vila de Beja, confesso que gostei. E sobre o barulho que rolou no Estádio no ultimo sábado, voce não vai comentar nada?

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  10. Pois é. O negócio é que eu presenciei o abuso em Beja. E lamentei muito a situação das pessoas que tinham de trabalhar de manhã. Não estive no estádio Humberto Parente, logo não poderia comentar o que não vi. Mas mande sua reclamação que iremos publicar.

    Abraços

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  11. Sobre a orla de Beja, entendo que falta vontade política e principalmente humildade da atual gestora em conseguir recursos para terminar a obra, aliás, cadê os deputados que a apoiaram e prometeram recursos para nosso município?

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  12. Claudio, não tente justificar o erro do ex-prefeito acusando a atual prefeita.

    O que falta na verdade é vergonha na cara daquelas pessoas que desviam dinheiro público.

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