PROGRAMA NALDO ARAÚJO, TODO SÁBADO AO MEIO-DIA NA RECORD CANAL 9

sábado, 30 de janeiro de 2010

A ETERNIDADE DO AMOR


Até parece que foi ontem, mas já se passaram dez anos. O dia 30 de janeiro de 2000 mal tinha começado e lá estávamos eu e a Edilma viajando para Belém. Seguimos praticamente mudos. Era um domingo de uma viagem com poucos passageiros. As ruas do comércio da capital não estavam tão agitadas. Mas o silêncio maior, mesmo, estava em meu interior. Rezei para que o ônibus chegasse o quanto antes àquele hospital. Desmarquei um compromisso naquele dia. Tinha de estar ali. Na véspera, fiquei preocupado com o recado dando conta de que minha tia Mundica queria ver-me com urgência. Nos últimos anos, a saúde frágil a fazia retornar com frequência àquele lugar. Encontrei-a outras vezes em um leito de hospital. Ela ali, com aquela compleição física miúda que só fazia aumentar o seu aspecto de mulher bondosa, de uma candura inesquecível. Naquele dia, seria diferente. E logo eu saberia o porquê.


Ao ver-me, Tia Mundica abriu um sorriso tímido. Gostaria, certamente, de ter escancarado sua alegria. Mas a fragilidade não lhe permitia maiores esforços. Passamos a conversar. Somente eu, ela e minha irmã, que a estava acompanhando há alguns dias. Para ela, que nunca casou nem constituíra família, nós, filhos da irmã, Teca, éramos sua prole. Tinha sido assim praticamente a vida toda, desde que meus pais se separaram e passamos a morar com o avô Caetano. Amor nunca nos faltaria. Apoio também não. Cenas que nunca cessarão.


Com os parcos recursos da produção de bolos e doces, Mundiquinha nunca se furtou a manter a casa. E foi além. A mim, particularmente, não faltaram esforços para que seguisse estudando. Sabíamos que nossa renda familiar não nos permitia nada além de uma vida digna. Então, como esquecer o dia em que minha tia não contou conversa em presentear-me com uma daquelas enciclopédias que deviam custar os olhos da cara? Quando sonhei em continuar os estudos em Belém, ela garantiu a realização dessa etapa importante de minha vida. As dificuldades me fizeram pensar em desistir algum dia. Não tinha mais esse direito. Havia alguém, em particular, que acreditava em mim. Amante de festas e reuniões familiares, quisera o destino que Tia Mundica não estivesse ao meu lado em um momento marcante: eu, em Abaetetuba, festejando a aprovação no vestibular. Ela, em Belém, chorando emocionada ao telefone. Não sem antes espalhar por toda a vizinhança que "o meu filho" passou na universidade. Um dos inúmeros tratamentos de saúde a impediram de me abraçar, de me beijar, de me incentivar ainda mais a seguir na luta. Mas estávamos, de qualquer jeito, unidos pelo sentimento de vitória.


E, agora, estava eu ali, naquele quarto frio e triste de hospital. Minha tia tentava contar algumas coisas engraçadas. Era a síntese de uma vida cheia de alegrias e doações. Passamos boa parte daquele domingo juntos. Tudo, então, passaria a ter um fim. A tarde... o horário de visitas... e um capítulo especial de minha existência. Mundiquinha pediu-me um leite. Gostei de tê-la ali, no colo. A metáfora perfeita: eu cuidando de quem sempre cuidou de mim. De repente, a senhora falante emudeceu, o corpo foi perdendo vida, os olhos cairam no vazio. Ali, nos meus braços, esvaía-se a história de uma das mais belas figuras humanas.


Passados alguns dias, ao retornar à casa de minha tia, aqui mesmo em Abaetetuba, cometi o lapso dos que se negam a acreditar que alguém muito querido se foi. Por um mísero instante, pensei em procurar tia Mundica na cozinha. Sapeca, ela costumava esconder-se quando ouvia minha voz. Mas o esconde-esconde nunca mais se repetiria. Ainda haveria de emocionar-me remexendo em suas gavetas, tateando suas roupas miúdas cuidadosamente arrumadas. Manuseei, com carinho, os livros de culinária, de onde saiam toda sorte de delícias. Ainda guardo a cena recorrente da casa toda invadida pelo aroma dos bolos que ela fazia ou por encomenda ou para algum evento de família.


Mundica era uma dessas pessoas com um magnetismo impressionante. A nossa casa era, de toda a família, uma das mais humildes. Mas era lá que todos se reuniam, faziam algazarra. Lá, onde estava a tia querida de todos.


Hoje, exatos dez anos depois, reforço a certeza de que não é possível tanto amor desaparecer por completo. Existir, todos existem. A eternidade é para os que conseguem permanecer vivos como exemplos de amor, compreensão, sabedoria. O amor é, sim, visível.



Naldo Araújo


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

FUNDAÇÃO CULTURAL ABAETETUBENSE SOB NOVA DIREÇÃO

Ainda não é oficial, mas podem apostar: o comunicador Manoel de Jesus deve (eu disse deve) ser o novo diretor da Fundação Cultural Abaetetubense. Foi o nome mais bem avaliado por uma equipe formada pelo governo municipal para analisar a situação. Consultado pela prefeita, a quem cabe a decisão final sobre a indicação, Manoel pediu um tempo para se inteirar melhor da atual situação da FCA. Por enquanto, ele irá compor a comissão formada para levar adiante a programação do carnaval deste ano. Mas, permanecendo o convite, Manoel de Jesus dá mostras de que aceitará a missão.
Manoel de Jesus Rodrigues de Moraes comandou a Fundação Cultural Abaetetubense em duas oportunidades, de 1993 a 1996, no governo Chico Narrina, e em 1997, na administração Elzemar Paes.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

DIRETORA DA FUNDAÇÃO CULTURAL ABAETETUBENSE PEDE AFASTAMENTO DO CARGO

Neusa Rodrigues não é mais a diretora da Fundação Cultural Abaetetubense. Em carta entregue hoje à prefeita Francineti Carvalho, Neusa solicitou "em caráter irrevogável" seu afastamento alegando motivos pessoais. A prefeita aceitou o pedido. Imediatamente após o anúncio da vacância do cargo, a prefeita convocou assessores para definir, em conjunto, o nome do novo ocupante da direção da FCA.
Neusa Rodrigues ocupava o cargo desde o início da atual adiministração. Professora e escritora, Neusa é um dos mais destacados nomes da cultura local. Sua atuação à frente de eventos grandiosos como o Auto da Padroeira (do qual foi uma das criadoras) a credenciaram a comandar o mais importante (e, na mesma proporção, visado) órgão de incentivo e valorização da arte e da cultura abaetetubenses. Mas vieram os problemas. As discussões sobre a realização do carnaval deste ano expuseram divergências quanto a melhor maneira de promover a festa popular.
Em resposta a uma nota publicada aqui no blog, Neusa expunha sinais de que chegava ao limite. "Trabalho em uma fundação que não tem verba própria não somente para fazer eventos, mas para desenvolver projetos que venham atender às carências do povo de minha terra", dizia numa nota melancólica e decidida.

Logo, o tal desabafo ensejou o maior volume de comentários de nossos leitores em todos esses doze meses em que escrevemos nesse espaço. Mensagens pró e contra choveram em nosso e-mail. Ali, estava-se avaliando, criticando, observando a Neusa enquanto detentora de um cargo público. Para o bem ou para o mal, ela estava "na berlinda" como diretora da Fundação Cultural. A Neusa professora e, principalmente, escritora, pesquisadora, amante incontestável da arte e da cultura abaetetubense, essa em nenhum momento foi questionada. Não deveria e não era o caso.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

UMAS & OUTRAS



  • Adelivaldo é o nosso leitor cadastrado de número 79. É mais um dos nossos.

  • Empresas particulares já podem adotar a licença-maternidade de seis meses. Os quatro pirmeiros meses da licença são pagos pelo INSS.

  • Os dois meses restantes serão pagos pelas empresas, mas poderão ser deduzidos no Imposto de Renda.

  • Em Abaetetuba, esse tipo de benefício já é lei no serviço público desde o ano passado.

  • De acordo com a lei 274 A/2009, sancionada pela prefeita Francineti Carvalho, as servidoras municipais têm direito a 180 dias de licença-maternidade.
  • Faz-se justiça, nesse caso. Quanto mais amor maternal nos primeiros meses de vida, melhor para o desenvolvimento físico e psicológico do bebê. Elementar, meu caro Watson.
  • Falar em justiça, vale o registro: parabéns à Secretaria de Obras da Prefeitura de Abaetetuba pelos serviços executados nos bairros de São João e Algodoal.
  • Foram realizados serviços de aterro e tubulação para conter o crônico problema do alagamento de quintais, que causavam transtornos como a proliferação de mosquitos.
  • A César, o que é de César.

  • Mais uma reunião sobre segurança pública foi realizada em Abaetetuba, nesta segunda-feira (25), reunindo, no Fórum da Comarca, autoridades e representantes de órgãos e entidades ligados ao tema.

  • Um dos resultados desse encontro foi o compromisso de se realizar, ainda neste primeiro semestre, uma grande campanha de educação no trânsito, um dos problemas considerados caóticos no município.

  • A pirataria, um dos flagelos da população ribeirinha, também foi um dos temas recorrentes nas discussões.

  • Na ocasião, o senador José Nery (PSOL-PA) informou que já foram empenhados R$ 1,5 milhão para a implantação de um posto avançado da Polícia Federal em Abaetetuba.

  • O recurso é resultado de emenda parlamentar de iniciativa do senador paraense.

  • Nesta quinta-feira (28) será aberta a 2ª Conferência da Cidade de Abaetetuba. Trata-se de um importante espaço de diálogo entre o governo e a sociedade civil para discutir a implementação da política urbana para o país.

  • Nos dois dias do evento, que será realizado no Centro Maria do Pará, serão escolhidas as entidades que comporão o novo Conselho das Cidades e apresentados os projetos de Abaetetuba, que serão encaminhados à Conferência Estadual.

  • Dydhia Mikaelle, Duda Nereida, Mayara Nayara Dohara, Sophia Loren. Estes são alguns dos nomes confirmados para abrilhantar o Baile Gala Gay 2010, um dos mais tradicionais eventos do calendário carnavalesco abaetetubense.

  • O Gala Gay deste ano, o de número 33 da história, será no dia 12 de fevereiro, na sede do Tietê.

  • Esse ano, a divulgação do Gala Gay na TV será em alto estilo. A chamada televisiva será estrelada pelas próprias candidatas. Como diria o Sabá: Chiiiique!!!

domingo, 24 de janeiro de 2010

AÇÃO E REAÇÃO

A respeito da nota "Cadê a Folia de Reis?" publicada neste espaço no dia 6 de janeiro, recebemos e publicamos:

Cada um tem o direito de dizer aquilo que quer,onde bem lhe aprover, principalmente quando assina "ANÔNIMO", sem nenhum compromisso com nenhuma verdade.Pois bem, comentar pelo simples fato de fazê-lo é uma forma de não dizer nada.O interessante é que ninguém procurou saber, de veras, o que houve com as Folias de Reis este ano:Temos,de veras, cinco grupos de Folias tradicionais em Abaetetuba,os quais nunca precisaram de prefeitura e muito menos de Fundação Cultural para colocá-los nas ruas.Essas pessoas há quase 50 anos vêm promovendo essas Folias.Acontece que este ano,quando pensamos fazer tal qual aconteceu ano passado,quando fomos ter com os promotores de Folia, nos deparamos com o seguinte quadro:A Folia do Luis do Nilamon não saiu,porque morreu a esposa dele;a do Diabinho e Professora Hélia não saiu, porque morreu o filho do Diabinho;A do Júnior da Mariana não saiu,porque o Júnior está operado e não podia assumir os encargos do grupo;a Iacilda não pude organizar a dela,porque está de bebê recem-nascido;a do Graciliano não pude sair,porque o grupo é do interior e ele teve dificuldades de reunir os músicos.O mais engraçado é que: ano passado nós fizemos um palco, na Praça de Conceição, sonorizamos o local, divulgamos o evento tanto em rádio quanto em televisão, as Folias estiveram todas no palco, fizeram um lindo show,mas o público era pequeno para a beleza do espetáculo.E,também,não deu uma linha nas rádios...nem nos blogs!Para o anônimo que quer a "Cléo"...Ela já esteve na Fundação Cultural por dois mandatos e, nunca tomou conhecimento de Folia nenhuma.Eu tenho sim conhecimento da cultura da minha terra, infelizmente trabalho em uma fundação que não tem verba própria não somente para fazer eventos, mas para desenvolver projetos que venha atender às carências do povo de minha terra.Criticar é bom;mas só quando ajuda!Caso contrário,é o mesmo que chover no molhado!

Neusa Rodrigues

sábado, 23 de janeiro de 2010

PAPO DE SÁBADO



  • Abração para o nosso leitor cadastrado de número 77. Alô, alô, Paulo Felipe, seja bem-vindo ao blog.

  • O escritor João Bosco Maia nos convida para uma visita ao seu blog: joaoboscomaia.blogspot.com. Eu já visitei e gostei muito.

  • Oito cartórios de Abaetetuba estão na lista de estabelecimentos que terão que fazer concurso público para preencher as vagas de notários titulares, como exige a Constituição Federal.

  • A determinação da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça atingiu em cheio quase oito mil cartórios em todo o Brasil.

  • Esses cartórios, segundo o CNJ, ou apresentaram irregularidades no concurso de provimento para a função ou simplesmente não realizaram concurso.

  • Eis os cartórios de Abaetetuba na lista do CNJ: Cartório A. Miranda-1º Ofício de Abaetetuba, Cartório do 1º Distrito de Urubuéua, Cartório do 5º Subdistrito do Rio Tucumanduba, Cartório Extrajudicial de Rio Arapapu, Cartório Extrajudicial de Zona Maúba, Cartório Rodrigues, Cartório Teobaldo Martins Pimentel e Cartório Trindade-Arrozal.

  • Não pensem que a disputa pelo comando de mais uma rádio para Abaetetuba parou. Depois da Guarany e da Conceição, que já existem, e de uma emissora que seria comandada pelo empresário de shows Gaba Paes, um outro grupo já se articula para o que seria uma quarta estação local.

  • Se for para o bem do povo e felicidade geral da nação...

  • Realizada nesta sexta-feira (22) a missa de um ano de falecimento de Rodrigo Nery, de 20 anos, que morreu afogado ao cair de um barco. O rapaz retornava com amigos da Vila Maiauatá ( município de Igarapé Miri), onde fora participar da festividade de São Sebastião.

  • A morte de Rodrigo consternou a cidade, por tratar-se de um rapaz bastante conhecido e integrante de uma tradicional família local.

  • A crise parece que passou longe de Abaetetuba. Pelo menos para a classe empresarial.

  • As emissoras de TV locais estão abarrotadas de comerciais. Não há muitos espaços disponíveis nas grades de programação.

  • As produtoras de vídeo também não têm do que reclamar. Em algumas empresas, há até agendamento de produções.

  • E isso em um período do ano em que tradicionalmente o comércio dá uma freada nos investimentos em publicidade em decorrência da queda nas vendas no início do ano.

  • Bom domingo!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ESQUENTANDO OS TAMBORINS- CARNAVAL 2010



  • Aos leitores do blog, em primeirão mão: essa aí é a logomarca da programação oficial do carnaval de Abaetetuba. Obra do designer João Max.
  • A festa popular será realizada de 12 a 16 de fevereiro, na avenida D. Pedro II.
  • Por questões de segurança, o Corredor da Folia se limitará ao perímetro entre as ruas Lauro Sodré e Sete de Setembro.
  • Na onda da preservação do meio-ambiente, teremos, este ano, o Carnaval Ecológico. A decoração da principal avenida da cidade será toda feita com materiais reciclados.
  • A Abaetur, órgão municipal ligado ao turismo, promoverá, neste domingo, uma campanha de arrecadação de garrafas pet, que serão transformadas em arte com motivos carnavalescos.
  • Abram alas, que este ano teremos Bois-Bumbás.
  • Agremiações tradicionais como o Psinti, agora vão dar uma de Garantido e Caprichoso.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O HAITI EM UM CORAÇÃO ABAETETUBENSE


Em julho do ano passado recebi uma mensagem que, de tão emocionante, resolvi publicar aqui no blog. O conterrâneo Washington Luís escreveu-me para contar que, servindo no Corpo de Fuzileiros Navais no Rio de Janeiro, era para ele "uma grande satisfação" encontrar meu blog. Tratava-se de um elo com a terra natal. Mas no dia em que manteve contato, não estava em terras brasileiras. Escrevia lá do Haiti, onde estava servindo à missão de paz da ONU. Com orgulho incontido, relatara: "[...]gostaria de poder mostrar para o nosso povo abaetetubense que nós, filhos da terra, temos uma grande capacidade de conseguir nossos objetivos e poder levar solidariedade e esperança a essas pessoas que estão passando por grandes dificuldades. Nossa maior emoção foi quando tivemos que deixar nossos familiares". No mesmo espírito de altruísmo e saudade completara: "Sabemos o que teremos pela frente, mas estamos preparados. Vai tudo ocorrer bem e daqui a seis meses retornaremos com a consciência do dever cumprido.

De um verdadeiro abaetetubense que sente grandes saudades de sua terra e seu povo.... ".


Logo que as notícias sobre a tragédia haitiana correram o mundo, deparei-me nos sites de notícias com a relação dos militares brasileiros mortos. Entre eles, um certo Washington Luís. Imediatamente, liguei para os parentes do abaetetubense que me escrevera lá daquele paupérrimo país caribenho. Felizmente, não era nosso conterrâneo.


Agora, finalmente, recebo notícias do próprio Washington Luís. E compartilho com vocês um dos mais dramáticos relatos da realidade haitiana, na visão de um abaetetubense que conhece bem os horrores da miséria.


Meu caro Amigo Naldo Araújo, comigo se encontra tudo bem (GRAÇAS A DEUS), pois retornei do Haiti no mês de setembro, antes dessa grande catastrófe. Estou no momento embarcando alimentos e medicações para levarmos para o Haiti. Devemos retornar no dia 1º de fevereiro para o Rio de Janeiro e estarei logo em seguida viajando para nossa grande cidade de Abaetetuba, devendo chegar pelo dia 4 ou 5 de fevereiro. Pois saiba que agora no HAITI, nem um negro agora é miserável, porque nem um menino pergunta mais as horas, porque o tempo deixou de existir. Como é difícil presenciar uma mulher espremendo seus seios, com a esperança que possa sair uma simples gota de leite para poder alimentar seu filho faminto. Porto Príncipe agora resume-se a escombros, a hora já não existe mais e a vida passou a não existir mais. Agora no Haiti nem mais o céu respira, e nem DEUS faz o menor sentido para essas pessoas. Nenhuma frase de esperança será a solução para o Haiti, pois o Haiti de ontem, hoje é só cheiro de morte espalhado pelo ar. Todos nós, FUZILEIROS NAVAIS DA MARINHA DO BRASIL, que aqui estamos embarcando medicações, comida...e etc. fizemos um pacto, sabe? Vamos fazer a diferença aqui , não vamos simplesmente ficar de braços cruzados, olhando e esperando o tempo passar, vamos fazer a diferença e elevar o nome do nosso país e todos vão saber que existem pessoas que realmente se importam com a questão, por nós vividas em terras além-mar... Somos Brasileiros e sinto muito orgulho de ser um abaetetubense, muitas vezes não reconhecidos pelo trabalho que desempenhamos, mas não vamos deixar que tais fatos não coloquem a fortaleza da bondade em nossos corações. A humildade, o trabalho árduo pelos necessitados, que já desistiram de viver. Eles vão nos guiar e teremos nossas recompensas nos sorrisos daqueles que clamam por assistência de quem nunca viu, de quem não conhece..Nós que fazemos a MINUSTAH estamos irmanados como nunca, a poder fazer tudo que estiver ao nosso alcance para que superemos essas dificuldades com Louvor....POIS AQUI ESTAMOS E FAZEMOS PARTE DA NOSSA GRANDE TROPA DE FUZILEIROS NAVAIS DA MARINHA DO BRASIL....

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

PLANTÃO DE NOTÍCIAS



  • Realizada hoje pela manhã, a formatura da turma 2009 do Projeto Vale Alfabetizar. A solenidade, no Complexo Cultural e Esportivo Hildo Carvalho, reuniu autoridades, representantes da Empresa Vale e dezena de convidados.

  • O Vale Alfabetizar é uma iniciativa da Fundação Vale, com o apoio das Prefeituras Municipais, UEPA e da ONG Alfabetização Solidária. O objetivo é reduzir o analfabetismo no Brasil.

  • A atual etapa do programa no município contou com a participação de 668 alunos, com idades a partir de 15 anos, que só agora estão tendo a oportunidade de aprender a ler e a escrever.

  • Uma das colandas é a dona Valdomira dos Santos, de 66 anos, que resume o espírito da iniciativa: "agora é continuar os estudos". A prefeita Francineti Carvalho, por sua vez, disse que "mais do que ensinar a ler e escrever, esse é um programa que ensina cidadania".

  • Pouca gente sabe, mas a Defesa Civil existe no município desde 1986. Mas somente agora passará a funcionar de fato e de direito. Para tanto, estão sendo realizadas palestras, cursos e oficinas com o objetivo de preparar o terreno para a implantação efetiva desse serviço no município.

  • Nesta terça-feira (19) foi realizado mais um curso preparatório, no auditório do Centro de Testagem e Aconselhamento-CTA- voltado para a formação do quadro de voluntários da Defesa Civil. O próximo curso deverá ser realizado no mês que vem.

  • A Defesa Civil atua em eventos desastrosos, previsíveis ou imprevisíveis, além de socorrer e assistir as populações vítimas de calamidades públicas.

  • Falar em Centro de Testagem e Aconselhamento, o CTA inicia os preparativos para as ações que serão desenvolvidas durante o carnaval.

  • O CTA estará com uma unidade permanente na avenida D. Pedro II, a avenida do samba de Abaetetuba, desde sexta-feira de carnaval até a terça-feira-gorda.

  • As ações incluirão distribuição de preservativos e campanhas de orientações, justamente nessa que é uma das épocas do ano em que os números da AIDS tendem a aumentar.

  • No Portal ORM, desta quinta-feira (19): O juiz titular da 3ª Vara Criminal da Comarca de Abaetetuba, Deomar Barroso, encerrou as oitivas das testemunhas de defesa e acusação arroladas no processo que apura o caso da menor de 16 anos, que ficou presa na mesma cela com homens na delegacia do município de Abaetetuba, em novembro de 2007.

  • Ainda segundo o portal: os doze acusados no processo - cinco delegados, três investigadores, dois agentes prisionais e dois detentos - devem prestar depoimento no dia 8 de fevereiro.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

RÁDIOS DE ABAETETUBA: NOVIDADES QUE PROMETEM ESQUENTAR A BRIGA PELA AUDIÊNCIA



  • Pedro Cuesta nos manda mensagem lá da Espanha.

  • Francisco Girard, o nosso conhecido Fifiti, enviou o texto Remanescente Cabra Macho lá de São Luís do Maranhão. Lembram do Fifiti, das lojas Pokarropa e Karina?

  • James Gondim é o nosso 76º leitor cadastrado.

  • A família Scherer, das sorveterias Trab's, curtindo dias de relax total em Brasília. Tânia, Ricardo, Bruno e André retornam no dia 26. O blog, por estes dias, está sendo acompanhado lá do Planalto Central.

  • A eleição para o Conselho Tutelar, realizada na última sexta-feira, ainda não teve seu resultado oficial divulgado, embora já se saiba os nomes dos cinco mais votados.

  • É que um dos candidatos pediu recontagem de votos de uma das urnas. Nesse local de votação, por problemas técnicos, o voto deve de ser em cédulas de papel.

  • Solucionado esse problema, aí sim a lista dos novos conselheiros será levada ao conhecimento do TRE e o resultado, divulgado oficialmente.

  • Bastante adiantado o processo de implantação de uma nova rádio em Abaetetuba. A emissora, comunitária, ocupará a frequência 104,9.

  • A nova rádio abaetetubense terá sob seu comando o empresário Gaba Paes. O nome da estação ainda não foi escolhido. As opções são Miriti FM ou Maratauíra FM.

  • Você deve estar se perguntando: mas 104,9 não é a mesma frequência da Rádio Guarany? Bom, aí já são outros quinhentos.

  • Eu dou a informação. Questões técnicas, não entendo bulhufas.

  • Enquanto isso, a Rádio Conceição FM prepara uma reformulação total em sua programação. A emissora católica de Abaetetuba vem com muitas novidades.

  • Tanto na Conceição FM quanto na nova rádio comunitária, o jornalismo deve ser o carro-chefe da programação.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

2010 COMEÇA COM ELEIÇÕES EM ABAETETUBA


Ainda faltam nove meses para outubro, mas Abaetetuba já começa 2010 em clima de disputa eleitoral. Com direito a campanha, corpo-a-corpo, distribuição de santinhos... e, claro, promessas. Trata-se da eleição para o Conselho Tutelar, órgão responsável em fiscalizar se os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estão sendo cumpridos. A eleição será realizada nesta sexta-feira (15) de 8 às 17h, em 19 pólos de votação, dsitribuídos pela cidade, ilhas e centro. Todo cidadão poderá votar, bastando levar título eleitoral e documento oficial com foto. 31 candidatos disputam as cinco vagas de conselheiros, para um mandato de três anos.


Todos os candidatos passaram por um processo de pré-seleção, incluindo provas de conhecimentos básicos da área. A exemplo da eleição para cargos majoritários e proporcionais, esta corrida à urnas também vem recheada de elementos. Tanto num caso como no outro, o postulante tem de possuir certa vocação para o altruísmo, o querer servir à sociedade, embora este seja um comportamneto cada vez mais raro nos agentes públicos. Na inversão de valores, prevalece o interesse próprio. Tanto num caso como no outro, há a motivação financeira, embora existam as excessões, lógico. Os vencimentos não são desprezíveis. O salário do conselheiro tutelar foi equiparado ao do assessor especial da Prefeitura, algo em torno de R$ 2 mil. E, tanto num caso como no outro, há a política partidária no subsolo das intenções (boas ou más). Por sua natureza, o conselho exerce suas funções com independência, inclusive para denunciar e corrigir distorções existentes na própria administração municipal relativas ao atendimento às crianças e adolescentes. Não é à toa que a eleição do Conselho Tutelar é cercada de interesses por grupos políticos. Basta ver o atual processo eleitoral. Há candidatos ligados a vários grupos políticos. Dizer o contrário, é querer dizer à sociedade quePapai Noel existe.






quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

CANTINHO LITERÁRIO


Publicamos hoje um texto que nos foi enviado pelo Francisco Girard, nosso conhecido Fifiti, que é filho de Abaetetuba e está radicado há vários anos em São Luiz do Maranhão. É meu companheiro de crônicas no blog do Jaime Brasil. Prazer imenso recebê-lo também aqui neste espaço.

REMANESCENTE CABRA MACHO



FRANCISCO GIRARD



Era natural de Campo Maior, estado do Piauí. Morou depois em Ubajara, região serrana do Ceará, passando pelo Crato, Juazeiro do Norte, Caruaru, e por aí afora. Retirante, a cada cidade fez jus a saga nordestina; sua peregrinação era condicionada pela imposição, pois as dificuldades o fizeram nômade. Com várias mulheres casou-se nesse meio tempo e a viuvez perpetuou-se. Filhos batizados contava vinte e dois. Orgulhoso, lembrava o nome de todos, os vivos e os mortos, sem contar os que tivera fora do casamento. Homem de estatura mediana andava de costume alinhado, barba não se via, mas o bigode bem cuidado era sua expressão, parecia postiço. Era tido como namorador de currículo, por onde passava fazia um consórcio de relações amorosas que deu origem à prole numerosa, premiando-lhe de orgulho. Esse era o perfil do patriarca Severino, que anistiado ao seu lugar de origem, com recurso pecuniário, construiu seu patrimônio na pecuária e em imóveis.


Campo Maior fica mais ou menos a vinte quilômetros do povoado onde mora Severino, este, visitava a cidade com freqüência pela manhã. Sebastiana vez por outra, ardilmente enciumava, deixando-o constrangido, num clima de desconfiança que expunha a soberba de Severino em justificar a rotina, associando aos negócios que explorava. Com jeito experiente de muitos amores vividos, não iria pôr tudo a perder. Carinhosamente com afagos e conversa dócil envolvia a companheira que fingia correspondência no amor. Severino sentia-se aliviado em achar que restituía-lhe a confiança.


Ao cair da tarde, como de hábito, Severino passou pela porta que dava acesso a varanda, afastou para si com a mão no dorso da cadeira, embalou-se com impulso do corpo, cadenciado pela cabeça, no que falou ainda com propriedade das mulheres que tivera, tinha, e, manuseando seu machismo, teria enquanto fosse vivo. Insinuativamente sentenciou-me a pergunta:


- Mas sinceramente, quantos anos você acha que tenho? Sessenta e nove? - repetiu Severino. Errou!


-Tenho setenta e oito anos, três meses e doze dias - falou valorizando silabicamente os numerais. Nasci em quatro de outubro, dia do padroeiro nordestino, São Francisco de Canindé. Garboso, costumava privilegiar-se da data natalina comemorando seu aniversário com entusiasmo, patrocinado pelo festejo e, reverenciado ainda mais com sua devoção ferrenha. Não obstante, machista, estimava por demais a vaidade, ao conduzir a vida profana tinha por hábito justificar a masculinidade no trato da conversa com os amigos. Impunha-se de credibilidade dizendo:


-Hei de apostar que passe vergonha com mulher. Jamais passei por esse vexame, até hoje nunca neguei fogo. Exibiu-se de haver ligado as trompas da atual mulher, numa iniciativa de conter inúmeros filhos. Espalhou sua fama de homem fogoso credenciado pela jovialidade da companheira Sebastiana, que contava trinta e seis anos. Todos a viam em cumplicidade de interesse explícito. Severino era respaldado pelo aval inverossímil da esposa, e a cortesia de Sebastiana garantia a estabilidade conjugal. Quem o conhecia, sabia que não poupava nas conversas essa auto-estima em promover-se:


- Duvido que essa molecada de hoje dê conta do recado. Sou do tempo do arroz de pequi, rapadura com feijão, cuscuz e carne seca de bode. Sem falar da gemada de ovo caipira, legítimo, com leite quente. E quando danava a beber dava preferência prá Tiquira com Marapuama. Essa era foguenta, pense! Parece que injetava direto na veia.


- Mulher, sai um café e me passa o fumo de rolo, sem demora!


- Mas muito me admira Sr. Severino, com esta idade que lhe nega a aparência, ainda tem filho de dois anos? Estou a um mês de completar cinqüenta anos e já procuro recurso fármaco. Se bem que minha mulher completou quarenta e oito anos mês passado e sua compleição física já denota ausência da juventude, demais, temos um casal de filhos. Mas essa vida extraconjugal, com garotas jovens, requer certo condicionamento.


- Cada um tem uma constituição orgânica, cada caso é um caso, não vamos misturar. Digo mais, tenho cá minha contrariedade; se não tivesse acertado esse filho, juro que estaria com outra bem mais nova. Afinal já estou no lucro da vida, o que quero com mulher velha?


Sebastiana reclinada coligiu as xícaras, pires, bandeja e, com um leve sorriso cúmplice, ao sair, olhou-me de um jeito como que não dando crédito; eu de posse do aval subentendido de sua companheira, tratei ao sarcasmo.


- Mas, mulheres novas exigem mais, tem mais libido, vigor; é a jovialidade, pra competir parelho, fica difícil!


- Está enganado. Sou homem experiente. Conheço das manhas. Num chego fobando, tem todo um ritual. Depois do jeito que me alimento!...


- Mas hoje a comida é comprometida, só hormônio. Não tem como se livrar: frango, carne, laticínios, enfim tudo...


- Alto aí! Tá esquecendo que sou do tempo da comida saudável! Nossa comida era de primeira. Prá compensar, só como frango caipira e bode criado na chapada..., ovo, leite de cabra, beiju; pão nem pensar, só bromato de potássio!


- Mesmo assim me causa admiração, nessa idade o Sr. não toma Sildenafil, Tadalafil, nada?


-O quê? Que diacho é esse “Silnefil, Tadafil”, que estas falando?


-É o princípio ativo do remédio para disfunção erétil!


- Pera aí! Disfunção erétil?


- Sim, impotência, isso mesmo!


- Tá achando que preciso disso? Me respeite, rapaz! Caminho todos os dias, fumo um cigarro justo nesse horário e nem bebo mais!


-Desculpe, não estou dizendo que precisa. É sabido que a vontade desse prazer é eterna. Ademais, somos privilegiados dessa droga, é um reforço e tanto, o que é pra somar que seja bem vindo. Sabe Sr. Severino, fico pensando nesses atletas olímpicos, que tem a carreira tão curta, e são fisicamente preparados. Eles não contradizem que o novo sobrepõe-se aos velhos. Veja o caso desses jogadores de futebol, insistem em não encerrar a carreira, mas... fazer o quê?


Sem me dirigir o rosto, olhou-me a furto e desconfiado. Movimentou-se na cadeira sutilmente irritado, esquivando-se, disse:


- Pois bem...! É, e por falar em olimpíada, seremos anfitriões em 2016. Até lá estarei firme e forte. Vai ser uma festa e tanto!


- Que vai ser uma grande festa, não resta dúvida. Nós merecemos um evento que nem esse. A conversa tá boa, Sr. Severino..., mas tenho que ir.


- Boa, muito boa mesmo! Mas, já que está avexado, fazer o quê? Boa tarde!


Severino era um homem que nem tantos por esse Brasil afora. Falava com determinação que intimava os ouvintes de credibilidade. Sua conversa nesses assuntos era carregada de virilidade. Adicionava sempre vantagem.


O certo é que persistia em desmistificá-lo. Vez por outra estava na varanda de sua casa, numa rodada de desocupados, a conversa fluía. Café passado na hora e o bate papo seguia. No bolso levava o testemunho “in loco,” um comprimido de “Viagra” embrulhado em papel de quatro ou cinco dobras; cuidadosamente bem protegido. Oportunamente disse que na noite anterior estive com uma garota de seus vinte e dois anos, que exigia todas as vezes que saíamos que tomasse a pílula do amor em sua presença, para certificar- se da expectativa, pois se frustrara num passado recente; daí a iniciativa.


Severino juntamente com seus amigos, três e cinco anos mais jovens respectivamente, Josias e Teobaldo, ficaram apreensivos com a narrativa e meio que desajeitados, num gesto assimétrico convergiram às cabeças num esforço de visualizarem o comprimido, que meticulosamente expunha do papel cheio de dobras, privando-me da visão.


- Este é o tal prá disfunção que falaste ontem? Disse Severino.


Josias e Teobaldo entreolharam-se, sem entender e, assimilaram que a novidade causou dissimulado interesse de todos. Quebrando o silêncio, com perguntas consecutivas Josias disse:


- Funciona mesmo? Quanto custa? E o efeito colateral?


Respondi a todas as perguntas e a muitas outras mais, dando garantia do sucesso. Mas, ora em sintonia, ora não, recusavam usá-lo, ainda que a cobiça despertada causasse desejo, mas eram reféns de suas palavras. Afinal, eu, usuário e bem mais novo, ouvia sempre a frase textual “até hoje não preciso” que contundentemente falavam em contrariedade com a lei natural. Ainda assim, encontrei neles flexíveis resistências de interesse. Mas nada que intimamente não padecesse imensa curiosidade e, retirando-me, deixei-os questionando a novidade que nunca esteve tão próxima. Que os olhos do desejo o digam. Unânimes, planejaram cada um por si apropriar-se da novidade.


O recôndito lugarejo de Campo Maior era o berço natalino de Severino. Povoado que não poupava todos de se conhecerem. Os apelidos batizados pela comunidade tinham mais resposta ao censo de informação que os nomes de registro. Isso dificultava manter o anonimato, mas nada que não se desse um jeito.


Portanto, parecia difícil garantir a compra do remédio em sigilo, mas Severino, astuto, conseguiu manipular premiando financeiramente um “corretor de impotência”. Este ao fazer as aquisições livrava-se da vergonha revelando o destino. Sem saber que era de conhecimento de todos da farmácia, Severino costumeiramente divertia-se com as meninas e, com aferição sexual conferida, empolgadamente contava vantagem, ainda que parcial, pois, agora submetido a efeito laboratorial, negava a apropriação do remédio. Em casa ainda com efeito dessa firme aquisição, Sebastiana, agora meio que sacrificada, suspeitava da virilidade, pois esta, desde que o conheceu não lembrava que tivera.


A novidade causou euforia nos usuários e nos donos das farmácias, estas acusaram a demanda substancial dos remédios, que engordaram seus lucros. Sem contar que outros setores da economia, também pegaram carona..., ponham-se a imaginar. As meninas aproveitaram a investida dos novos clientes e fizeram a festa, logo passaram a ser exímias exploradoras desses talentosos da terceira idade. Mas o preço do remédio era um obstáculo pra muitos, dificultando o consumo.


Josias e Teobaldo socializaram a compra, mas não a estratégia, e, de posse, costumavam exibir sempre o mesmo comprimido como álibi de aventuras mundanas. Enganavam-se reciprocamente. Ambos tinham precaução com a saúde debilitada, receosos não se automedicavam, apenas nas conversas validavam sua sexualidade exibindo o comprimido..., este já vencido.


Com o passar do tempo, o mito machista foi sendo derrubado com o advento proliferado dos genéricos Paraguaios. A droga era comercializada em camelôs, vulgarizou-se, o que facilitava a aquisição dos menos favorecidos e envergonhados. Um dos remanescentes machista era notícia da primeira página do jornal local. “MORTE SÚBITA NO MOTEL.” Foi encontrado o corpo de Francisco das Chagas Lopes, vulgo Severino. Com ele acharam uma cartela de PRAMIL, segundo testemunhas, suspeita-se que tomou uma dose elevada, no intuito de corresponder com a jovialidade da menor J.M.R., que tentou evadir-se.


Não queiram imaginar a consternação que causou no lugarejo a morte de Severino, no seio dos amigos e particularmente no coração das meninas. Andava de bem com a vida, homem ainda forte, demonstrava saúde. Sebastiana não podia acabar de crer na morte do companheiro, ao encontrá-lo, no quarto achou o cadáver na cama frio, de olhos entreabertos e, um leve sorriso de arregaço irônico, camuflado pelo bigode. Sebastiana finalmente compensava-se dos espólios.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

EDMILSON ESTÁ DE VOLTA


O ex-prefeito de Belém e ex-deputado estadual Edmilson Rodrigues volta a fixar residência em Belém, depois de quase quatro anos em São Paulo, onde esteve fazendo, na USP, o doutorado em Ciências, com ênfase em Geografia Humana. Esse retorno marca simbolicamente, embora pouco observado pelos analistas políticos, a entrada em cena de um importante personagem no processo eleitoral deste ano. Edmilson chegou no sábado e, no dia seguinte, foi recepcionado em um almoço oferecido por amigos, correligionários e simpatizantes, na casa do irmão, em Belém. Convidado, não deixei de puxar um dedo de prosa com essa figura emblemática da esquerda paraense. Perguntado, de bate-pronto, se não cogita disputar o governo do estado, Edmilson se mostra reticente, embora ressalte que sempre cumprirá o que determina o partido (PSOL). Tem, entretanto, a consciência de que enfrentaria dificuldades cavalares para romper a polaridade que se anuncia, tendo de um lado, Ana Júlia, e de outro, Simão Jatene.
"Veremos duas poderosas máquinas se digladiando. Jatene, com o apoio dos empresários que foram beneficiados nos doze anos de governo tucano, e Ana Júlia, com todo o aparato montado pelos petistas, numa lamentável demonstração de aprendizado com as práticas políticas do PSDB", analisa. "O povo paraense não merece essa situação". Ele também comunga da avaliação que praticamente virou senso comum: no caso das duas candidaturas-tanto do PSDB quanto do PT- tudo depende dos movimentos (a cada dia mais pendulares) de Jader Barbalho.

Indaguei, então, qual seria o papel do PSOL caso não vingue a ideia de uma candidatura própria ao governo do estado? -Ainda não chegamos lá- esquiva-se Edmilson, para revelar que não está descartada uma ousada operação de lançamento de candidaturas consistentes a deputado estadual. Isso incluiria nomes como o da ex-deputada Araceli Lemos, da vereadora de Belém Marinor Brito, o dele mesmo, e até o do senador José Nery. Neste último caso, uma reeleição ao Senado não está de todo fora de cogitação. O plano B seria lançar Edmilson à Câmara Federal. Mas por que a possibilidade ventilada da mira política na Asssembleia Legislativa do Estado? A possibilidade de não ficar distante das bases para voos futuros de um PSOL que ainda busca musculatura eleitoral. Tudo, ao fim e ao cabo, são suposições, traçados que ainda carecem de maiores análises. Uma coisa é certa: Edmilson terá participação direta no processo eleitoral de outubro

- Não devo jamais deixar de ter consciência da importância de minha participação direta nas eleições para a consolidação do PSOL no Pará. Agora, prefiro aguardar até junho, prazo máximo para a entrega de minha tese de doutorado. Estou, entretanto, fazendo de tudo para adiantar esse compromisso e, aí sim, me dedicar de corpo e alma à campanha.
Foto:Élison Coutinho

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

CARNAVAL 2010 COM MUITAS NOVIDADES


Este ano, o carnaval oficial da Prefeitura começa na sexta-feira, 12 de fevereiro, com o 37º Baile Gala Gay, na sede do Tietê. A partir do sábado de carnaval até a terça-feira gorda, a folia será na avenida D. Pedro II, com blocos de empolgação e micaretas. A novidade é que agremiações tradicionais como Psinti, Se Bater eu Cuspo e Amigos do Brejo sofreram a maior das metamorfoses: abandonam o estilo escola de samba e se transformam em bois-bumbás, nos moldes do Garantido e Crapichoso. Ou seja, deixaram para trás o arremedo do carnaval carioca e adotaram a manifestação folclórica original de Parintins, no Amazonas.

A festa reserva espaço tanto para os improvisados blocos de sujo, como o Xadrez do Fernandão, até os profissionalíssimos blocos de abadás, que estarão nas ruas no domingo e na terça-feira de carnaval, com trios elétricos arrastando multidões.

O palanque oficial, que ficava sempre ali próximo ao Banco do Brasil, será instalado bem na confluência do corredor da folia com a rua Magno de Araújo.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

CADÊ A FOLIA DE REIS?


Não fosse a Banda do Boca e não teríamos, este ano, nenhuma menção à Folia de Reis nas ruas de Abaetetuba. Quebrou-se, com isso, uma das mais belas tradições das noites de 5 de janeiro, quando vários grupos de foliões saiam às ruas da cidade, numa animada alegoria da visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. Festança que varava a madrugada até os primeiros raios de sol do dia 6, dia de Santos Reis. Essa manifestação, que estava um pouco esquecida, ganhou fôlego nos últimos anos, merecendo até divulgação na imprensa a nível estadual.

As ruas praticamente vazias na noite passada denotavam uma certa apatia dos nossos promotores culturais, que, se não quisessem trazer algo de novo, deveriam, ao menos, preservar o que estava estabelecido.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

TÔ DE VOLTA


E aí, demorei muito? Pois é, fim da pausa e agora é hora de voltar ao batente.


O Panorama está fora do ar. Tempo para, digamos, alguns ajustes necessários.


Voltaremos em breve, claro. Tem sido assim ao longo da história.


Sonhos foram feitos para ser realizados.


O ano vai começar com novidades na área da comunicação em Abaetetuba.


É isso aí: começar 2010 realizando. Lamentações ficam para os pessimistas.


Não adianta: depois dos banquetes, é hora de correr contra o tempo prá tirar os quilinhos a mais.
As academias e as ruas de Abaetetuba estão cheias de gente arrependida de tanto panetone.
Preparem o fígado. Começou mais um ano de eleições.
Carnaval 2010 em Abaetetuba vem de micaretas e escolas de samba.
Amigo Jaime Brasil retornando de Nova York, nos States, onde esteve ao lado dos filhos Bruno e Débora.
Jeba e banda deram um verdadeiro show na virada do ano no Sítio Amazônia.
O assunto mais comentado do ano que passou aqui no blog foi a escolha da abaetetubense Rayana como Miss Pará Turismo 2009.
Acreditem: passados alguns meses- o concurso de beleza foi em novembro- ainda hoje tem leitor comentando o resultado desse concurso. Opiniões pró e contras acaloradas.
Aliás, teve um leitor que comentou esta semana uma crônica sobre a história da imprensa, publicada em janeiro de 2009, ou seja, há uma ano.
Legal essa do leitor que não se interessa só pelo factual. Vasculha até os arquivos do blog.