Abaetetuba: para o Wikipédia, bem-vindos à cidade onde uma menina foi violentada... ABAETETUBA E A VERSÃO NADA LISONJEIRA DO WIKIPEDIA EM INGLÊS
Pedro Cuesta-Unkhoff nos escreve lá da Espanha, indignado com algo que descobriu sobre o que dizem de Abaetetuba no Wikipedia.
E o que um espanhol tem a ver com isso? É que Pedro é casado com uma abaetetubense, gosta muito daqui e sempre vem à cidade, onde, inclusive, esteve recentemente.
Mas, vamos aos fatos: Pedro estava navegando pelas versões internacionais do Wikipedia sobre Abaetetuba. Achou razoáveis os artigos em português e espanhol. Mas quando leu o que foi escrito em inglês...
É realmente vergonhoso. Logo depois da localização geográfica e da densidade demográfica, o que vem? O caso da menina que foi presa em uma cela com vinte homens, em novembro de 2007.
Só que fui verificar e observei que em todas as versões internacionais, as menções não são nada favoráveis. O crime vem logo de cara, como, aliás, vêm todas as vezes em que pesquisamos o nome “Abaetetuba” na internet.
Pedro contesta o conteúdo, dizendo que um fato dessa natureza “não precisa ser mostrado todo dia como representativo de uma cidade”. E propõe: 1.Um protesto virtual; 2. Substituir o atual artigo.
“A Wikipedia tem relevância mundial, e, portanto, não pode ser que toda a comunidade que fala e vive em inglês receba uma visão tão parcial e negativa da cidade de Abaetetuba”, lamenta Pedro, mostrando-se, inclusive, disposto a elaborar, em inglês, um novo artigo para a enciclopédia multilíngue on line.
A SAÚDE DA PREFEITA
Francineti Carvalho retornou ao trabalho nesta quarta-feira, depois do susto que tomou na semana passada.
Durante um evento público no Ginásio Hildo Carvalho, a prefeita de Abaetetuba desmaiou na frente de autoridades e do público e teve de ser levada às pressas para um hospital da cidade.
Os médicos diagnosticaram um aumento súbito de pressão. Para a prefeita, foi uma surpresa, já que ela nunca havia apresentado um quadro de hipertensão arterial.
Em fase de recuperação, Francineti agora terá de seguir uma dieta combinada com exercícios físicos. Disso, ela pode dar conta. E dos boatos?
O mal-estar logo ganhou versões. Uma levantava a suspeita de gravidez. “Impossível”, responde a prefeita, que teve de se submeter, logo no início do mandato, a uma operação para retirada do útero.
Francineti lamentou, ainda, os mexericos envolvendo o nome do escritor Sam Moreno, de quem se separou recentemente. “Sou uma figura pública, é bem verdade. Mas tenho direito à preservação de minha vida pessoal”, conclui Francineti. Com toda razão.
NO ESCURO
Os dias para mim e para milhares de abaetetubenses têm sido de orações. Torcida braba, mesmo, para ver se conseguimos passar um dia inteiro sem que falte energia elétrica. Esse blog que você está está lendo nesta quinta-feira deveria ter sido publicado ontem. Mas...
Comecei a escrevê-lo às cinco da tarde da quarta-feira. Trinta minutos depois, puff, a luz foi embora. Lá fora, a tempestade desabava sobre a cidade. Aguardei, pacientemente. Escureceu. Saí para fazer uma pequena compra, percorrendo ruas transformadas em rios e atravessando semáforos que só estavam no modo "alerta".
Menos mal é que na porta da farmácia não havia ninguém para me cobrar o estacionamento na rua. Descobri que o blackout era parcial. Só atingiu parte do bairro de São Lourenço, onde moro. Insisto em não me acostumar a essas interrupções abruptas de energia. Não é só quando desaba um aguaceiro por aqui, não. Virou rotina.
Não me acostumo, mais ainda, com os prejuízos, os grandes e os pequenos. Já perdi até HDs e placas de vídeo de computador, levando para o túmulo trabalhos importantes. Justo na semana em que fizemos uma maratona de back ups.
Liguei para o serviço de atendimento ao cliente da Celpa. Claro que não consegui falar com ninguém. Fui para o pátio, não apreciar a noite escura, mas torcer para algum carro da concessionária de energia rasgar a noite em busca do transformador que havia estourado lá no canto do Galo´s Bar, segundo me contaram.
Enquanto isso, viveríamos o estranho fenômeno da luz divisada. Não entendendo essas coisas. Só sei que a energia estava fraca. Então, em alguns cômodos da casa havia luz. Noutros, não. Resolvemos aproveitar a nesga de luz para, no meu caso, ler, minha mulher costurar, e meus filhos brincar de jogos no celular.
Só que, de repente, a luz apagava na sala. Corríamos, então, para a cozinha. A luz apagava na cozinha. Corríamos para a sala. E assim, as horas foram passando. Lá pelas dez da noite, a casa ficou iluminada. Oba! Corri para o computador. Depois de escrever o blog, farei pesquisas para uma de minhas reportagens, pensei eufórico. Foram só uns dois minutos de comemoração. Bum! O barulho rasgou a noite silenciosa. -O transformador estourou de novo- tentou adivinhar a Edilma. Devia estar certa. O ébano voltou. A escuridão, dessa vez, era total.
Quando faltavam cinco minutos para a meia-noite, tudo clareou novamente. Corri para o computador. A luz se foi tão rapidamente quanto veio. Desisti. Resolvi ir dormir, mesmo tendo de enfrentar as hordas de carapanã. Ao deitar na cama, tudo se fez claro novamente. Dessa vez, não, pensei eu. Resolvi dormir, não sem antes descobrir que, nos piques de luz, havia perdido duas lâmpadas novinhas.