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segunda-feira, 9 de março de 2009

SEGURANÇA PÚBLICA EM DISCUSSÃO

A audiência pública solicitada pelo senador José Nery, com o apoio de movimentos sociais, reuniu a cúpula da segurança pública do Pará, prefeitos da região nordeste do estado, representantes de órgãos e entidades ligados ao tema e a sociedade civil organizada. O evento, realizado na segunda-feira (9), em Abaetetuba, teve como objetivo discutir e encontrar soluções para a crescente criminalidade que assola os municípios do Baixo Tocantins paraense. Estiveram presentes o senador José Nery (PSOL-PA), o secretário de segurança pública do estado, José Geraldo Araújo; o secretário de integração regional do estado, André Farias; os prefeitos de Igarapé-Miri, Roberto Pina, e de Abaetetuba, Francineti Carvalho, entre outras autoridades ligadas ao tema.
Nery abriu a audiência pública falando da urgência em se promover ações mais efetivas de combate a problemas graves no Baixo Tocantins, como a pirataria nos rios da região e o narcotráfico. “Não há como suportar mais tamanha omissão do estado em relação a situações que vem há décadas afligindo nossa gente. É inadmissível que a bandidagem da qual é vítima nosso povo ribeirinho e o tráfico de drogas, que tanta desgraça causa à nossa sociedade,continuem não merecendo a atenção que deveriam por parte do poder público”. A reunião foi marcada por relatos dramáticos que ilustram o grau de insegurança vivido pela população. Um caso emblemático foi o descrito pela trabalhadora rural Terezinha Ferreira da Silva. O único filho, Cléberson Ferreira, de 19 anos, foi assassinado a tiros quando voltava de uma festa na região das ilhas. O rapaz foi morto por engano. O assassino pensava tratar-se da mesma pessoa com a qual, momentos antes, tivera uma briga. Passado um ano, e mesmo diante dos insistentes apelos da mãe, o caso continua impune. Um dos pontos que exigiu mais pedidos de providência foi o tráfico de drogas. Os números são superlativos. O bispo de Abaetetuba, D. Flávio Giovenale chegou a contabilizar aproximadamente oitenta bocas-de-fumo (pontos de venda de droga) somente na cidade. No final do ano passado, as ameaças de morte ao religioso viraram assunto na imprensa nacional. “Traficante aqui é tratado como doutor. Têm mansões, carros de luxo, gordas contas bancárias”, denunciou D. Flávio. O presidente da Associação dos Moradores das Ilhas de Abaetetuba-AMIA-Manoel Santos, tocou em outro ponto nevrálgico: a pirataria. Situações em que casas são invadidas, pessoas são agredidas e até mortas, famílias que não têm outra alternativa senão mudar para a cidade vêm tornando-se cada vez mais freqüentes. “O povo ribeirinho já nem tem tempo e força para pedir melhorias na educação e na saúde. Querem, primeiro, viver em paz”.
O secretário de segurança pública do estado, José Geraldo Araújo, admitiu que a situação é grave, mas disse tratar-se de uma distorção histórica, que agora estaria sendo revertida no atual governo. “Dentro de dois meses, estaremos entregando a Abaetetuba uma embarcação estruturada para realizar o patrulhamento fluvial. Também estamos procedendo a qualificação de nosso pessoal da Divisão de Repressão ao Crime Organizado, além de promovermos concursos públicos para a contratação de mais policiais”, informou Geraldo Araújo. O senador José Nery solicitou o imediato remanejamento de policiais suspeitos de compactuação com a criminalidade. O parlamentar paraense sugeriu a realização de um Fórum de Discussão Regional, numa tentativa de cobrar mais responsabilidades dos grandes projetos instalados na região, em relação a investimentos em programas de geração de emprego e renda.

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